2006-11-30

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Através dos noticiários da rádio escutei algo que me deixou arrepiado.

No Porto, um Tribunal corroborou a justa causa do despedimento de um trabalhador que, num dos fóruns da Internet, terá dito mal da empresa onde trabalhava.
O funcionário nega a autoria dos textos mas no julgamento deu-se aquela como provada.
Ora é precisamente aí que a história deixa de fazer sentido.
Segundo o réu, a prova fulcral toma por base o testemunho de outros funcionários, da confiança da direcção.


Será este mais um dos sinais de um polvo que nos anda a abafar a vivência democrática?



E em Israel persistem as chamas de um mundo conturbado.

Na rua pede-se a solidariedade intra-árabe para que a arma do petróleo possa ser detonada e, entre os mais radicai, fala-se de guerra santa.
É neste último apelo que o perigo está à espreita.



Hoje os alunos realizaram uma ficha sobre o número e a palavra três.
No TPC, houve a grafia do ma, me, mi, mo, um, a invenção de um conjunto com três elementos e, finalmente, o nome.



Chove, agora de mansinho
e, no asfalto, os pneus fervilham.

Alhos Vedros
00/10/19

2006-11-28

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Ontem esqueci-me de referir que a Margarida iniciou a Educação Moral e Religião Católica no currículo escolar.

Trata-se de uma hora semanal que se repetirá todas as terças-feiras, pela manhã.
Há uma Professora para o efeito mas ainda nem lhe conheço o nome.
Falaremos dela mais tarde.



Camilo José Cela é um escritor ímpar na literatura mundial.
Não conheço nenhum outro que construa a ficção como ele, na forma de ecos dos dizeres e pensares das populações mais ou menos determinadas. Nesse aspecto, dir-se-ia um realismo levado ao máximo expoente. No conjunto há histórias de gentes e aquele olhar sobre a realidade de que, sem veleidade de a julgar, antes se quer usufruir do prazer de lhe ver o fluir.

E se o lermos na sua língua, encontramos-lhe o ritmo e a música daquela poesia insuspeita que nos passa em frente à beira do quotidiano.



A Margarida continuou os exercícios em torno da palavra menina que já escreve sem recurso à cábula.
Hoje identificaram o nome Mena e os vocábulos nina e mé-mé, ou o som ni ni.


Antes de entrar para a aula de ginástica, esteve a treinar as novas aptidões.

Alhos Vedros
00/10/18
Luís F. de A. Gomes

2006-11-26

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Livros escolares da Margarida II

“Caminhar Matemática 1º.”, de António Mota e Hélder Lemos, editado pela Gailivro, Vila Nova de Gaia, Valadares, em 1999. Este é um exemplar da segunda tiragem.



O florentino Paulo Portas encostou Durão Barroso e o PSD à parede, não lhes deixando alternativa a aceitar uma convergência entre os dois partidos para as corridas eleitorais que vêm aí.

Quem deve estar a bater palmas e a saltar de contente é António Guterres que assim vê mais facilitado o caminho para a almejada maioria absoluta.

Querem apostar que, na altura certa, o líder dos populares aparecerá implicado no lodaçal da Universidade Moderna?



Ao chegar a casa, a Margarida, de livre e espontânea vontade, teve o cuidado de solucionar o trabalho para casa antes de se entregar à brincadeira com a irmã.


E hoje continuaram os jogos com a palavra menina, igualmente o tema do já citado TPC.



Com a sua estranha forma de luta, a ETA não conseguirá a independência do País Basco, mas, para já, consegue impor o terror sobre o povo que, por isso, dificilmente conseguirá libertar-se de uma lógica totalitária.

Basta yá!

Alhos Vedros
00/10/17
Luís F. de A. Gomes

2006-11-25

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

MENINA
Regressaram as tempestades de Outono.
Na Velha Albion são as piores inundações dos últimos quarenta anos.
Em Itália, devido às fortes chuvadas e avalanches, há aldeias isoladas.



As regionais trouxeram a novidade de uma maioria absoluta para os socialistas, nos Açores, enquanto na Madeira, Alberto João averbou a sétima maioria absoluta para o PSD que nunca perdeu qualquer eleição naquele arquipélago.



E se eu fosse sócio do Benfica votaria no actual Presidente.



Hoje iniciou-se o treino da leitura e grafia da palavra menina.
Os alunos tiveram que repetir várias vezes o vocábulo e depois foram solicitados a identificá-lo por entre um emaranhado de outros mais ou menos similares.

O corolário foi o TPC em que, por cinco vezes, a aluna repetiu a palavra-chave e fez, em complemento, um desenho alusivo. E como já é habitual, escreveu o seu nome.


A Margarida disse-me que não teve dificuldade em apontar a palavra menina no jogo do encontra.



No Egipto, o jovem rei Abdalá, da Jordânia, parece querer ter papel na reaproximação entre os mais altos dirigentes israelitas e palestinianos.
Para já, no preâmbulo do jantar que a todos juntou e ainda ao Presidente anfitrião, os líderes apertaram as mãos.

Mas a guerra, por enquanto, paira no ar.



E por cão governo apresentou o orçamento para o próximo ano.
Como não há uma reforma do aparelho do estado, em vez de se falar em objectivos, mais uma vez ouvimos a conversa em torno de cenários que, para efeitos de discussão, são sempre optimistas.
Seja como for, o que ele não esconde é que o crescimento da nossa economia será o mais baixo da União Europeia, o que é muito mau para um país que tem vido a perder competitividade no domínio das exportações.

O pior é que gritamos, gritamos e ninguém nos escuta lá no fundo do poço em que nos encontramos.



Amanhã será o dia mundial da luta contra a pobreza.
No mundo, morre uma pessoa à fome em cada três segundos e meio.

Alhos Vedros
00/10/16
Luís F. de A. Gomes

2006-11-23

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

A Margarida acabou de realizar o trabalho para casa que iniciou depois de almoço que, aos domingos, habitualmente, tomamos no restaurante “O Trilho”.

Mais uma vez comprovei que todos os exercícios estão certos.


Como o prometido é devido, aqui vai o outro artigo que eu referi a propósito de um texto de Pacheco Pereira que citei na última quarta-feira.


Em Portugal a liberdade é formal.
Está consagrada na lei e, genericamente, a cada cidadão é deixada a possibilidade de tratar si e desenrolar a sua vida de acordo com as suas preferências e os objectivos estabelecidos. Mas se olharmos a realidade, vemos que há portugueses com um reduzido ou nulo leque de capacidades para escolher. De tão abundante quanto ao número de casos que o constituem, é um facto observável a olho nu. E se alongarmos o conceito às particularidades que lhe dão corpo, seremos forçados a reconhecer que, por exemplo, embora a liberdade de expressão e pensamento estejam pacificamente aceites e assimiladas pela larga maioria dos cidadãos e ainda que as pessoas dela façam dela façam uso diário sem quaisqueres interdições, nem tudo é investigado nem mesmo considerado passível de o ser; casos há, personalidades há que não devidamente pesados e averiguados pelos órgãos de comunicação social ou nem chegam a sê-lo, de todo. Actuações que em qualquer sociedade aberta e democrática seriam objecto de escândalo público com as respectivas quedas e acompanhamentos jornalísticos, passam, entre nós, como o mais simples meteorito ou, quando muito, uma pequena notícia como outra qualquer. Exemplo recente foi o caso da homenagem a Fernando Gomes paga por cartão de crédito do próprio, enquanto administrador da empresa que gere o empreendimento relacionados com o metro do Porto, além do mais, lugar que deixou de ocupar quando abandonou a presidência da câmara municipal, na cidade invicta. Será que se algum jornalista pretendesse pesquisar o sucedido até às últimas consequências o poderia fazer? Será que conseguiria publicar os dados? Estas perguntas são perturbantes. No entanto, faz todo o sentido colocá-las. Acontece é que elas são possíveis, não pela metodologia de colocar hipóteses, mas por serem verosímeis com o tecido cultural de uma determinada sociedade, neste caso a nossa, pelo que não se pode falar de uma verdadeira liberdade de expressão nesse universo. Ora se num dado país a liberdade de expressão está contida entre parâmetros tão apertados, é a liberdade, em geral, que não pode deixar de ser, aí, uma miríade, pois está sempre levantada a cancela para que alguém se veja coarctado na sua própria liberdade, sem que se possa manifestar ou proteger quanto a isso.
Quando olhamos o panorama dos nossos órgãos de comunicação social o que é que vemos? Para chamarmos as coisas pelos nomes, vozes do dono. Canais de intervenção dos órgãos de poder do estado e os mais importantes jornais, rádios e televisões ligados a grandes grupos económicos e permeáveis aos objectivos de variados grupos de interesses.
Acontece o mesmo nos outros países desenvolvidos, dirão os mais atentos. Mas os sistemas jurídicos são absoluta e honrosamente independentes e funcionam, céleres, com isso sendo capazes de reporem a justiça.
Neste jogo em que os mais fortes e mais audazes estão por cima, há gente, na aparência, intocável, e perfilam-se grupos de confluências de interesses que mostram grande poder de acção e forte enraizamento na malha social em que se inserem e na qual conseguem impor as suas conveniências e principais desideratos. É olhar o mundo do futebol com atenção e ver o que se passa quanto aos métodos de actuação dos políticos.
Daí que se possa dizer que, em Portugal, a liberdade é formal.



Um Sol pálido alongando as sombras

resignado
ao inexorável declínio das gargalhadas das árvores
que lacrimejam o chão com os castanhos da idade.



“-Vamos brincar aos escritórios?”
“-Boa ideia, vamos.”
“-Tu eras a menina que levavas as cartas ao correio e eu era a senhora que dava conta dessas coisas.”
“-Minha senhora, então o que é que há hoje para o correio?”
“-Olha Sara, temos aqui estas cartas que são para registar e estas que são para ir em DL ou DML ou lá o que é isso, tu sabes.”
“-Sei sim senhora.”
“-Pronto. Então toma lá isto e leva também estes documentos. De caminho passas pelo escritório da Dona Carla e deixas lá esses documentos.”
“-Sim, minha senhora. Até logo!” –E a Matilde, toda compenetrada mas sorridente, narizinho no ar, lá saiu para o corredor.



Ontem, pela leitura de um artigo de Vargas Llosa (1), confirmei os meus receios –aqui expressos- quanto à possibilidade de Alberto Fujimori estar a preparar um novo golpe palaciano que o mantenha no poder.

Acontece é que a tragédia peruana nos deveria merecer mais atenção; esclarece-nos cobre como as máfias podem ardilar para se apoderarem dos poderes de estado e, sob a máscara de democracia política, instaurarem ditaduras pelas quais chupam o sangue e o tutano do povo e enchem as bem salvaguardadas contas pessoais de todos os esbirros.

É que há medida que nestes últimos cinco anos temos vindo a construir a auto-estrada para Lima, vamos deixando que o caminho para Amesterdão regresse à floresta.



Na sexta-feira, como parece que será da praxe, da parte da tarde a Professora passou os trabalhos de casa com que os alunos são convidados a aplicarem a aprendizagem feita no turno da manhã e que consistiu na execução de duas fichas sobre o número dois, em que se tratou de grafar o cardinal e pintar iguais quantidades de animais.

A Margarida disse-me que se treinou para desenhar o algarismo como deve ser.



Amanhã, sem reservas e condições prévias, no Egipto e sob mediação conjunta com os Estados Unidos, haverá um encontro entre Ehud Barak e Yasser Arafat.

Oxalá todos compreendessem que a via pacífica e educada é um caminho possível para povos que há muito necessitam de viverem em paz.



Vou aproveitar o resto da sesta da Matilde para me entregar à rainha de Sabá, enquanto a mãe e a Margarida se entretêm na sala, com o jornal para a mais velha e, vejam só, brincadeiras de ponto cruz para a mais nova.

Só me resta saborear o prazer da sua companhia.


Não sei se hoje voltarei aqui.

__________
(1) Vargas Llosa, Mário, p. 22
A HERANÇA MALDITA


Alhos Vedros
00/10/15
Luís F. de A. Gomes


CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Vargas Llosa, Mário- A HERANÇA MALDITA
In “DNA”, nº. 202
“Diário de Notícias”, de 00/10/14

2006-11-16

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Os Sons do Vento, conhecem?
Pois comprem o disco que deve ser agradável de ouvir, a avaliar pelo concerto que deles acabei de presenciar, no Barreiro, no Auditório Municipal.

Foi um belo serão musical que fez toda a família regressar a casa em paz, depois de um sábado de arrumações e compras, trabalho e uma apresentação.


Agora seguir-se-à o repouso do sono e amanhã o discurso.

Mas eu ainda tomarei algumas notas; o silêncio da iluminação pública pode ser bom conselheiro.



Esta tarde a Margarida teve a apresentação na catequese; ficou a conhecer a catequista e o horário, todos os sábados de manhã às dez e meia.
Para seu contentamento, reencontrará o Cazé, um rapazinho de quem foi colega de sala nos três anos em que frequentou o jardim infantil e que ela tratou de trazer como visita.


A frequência da catequese faz parte da educação católica que escolhemos para as nossas filhas e que, no meu caso pessoal, teria sempre a forma de um compromisso escrito que tive que assumir para casar com a Luísa, como era seu desejo de crente e praticante, de acordo com os ritos da Igreja Católica.



Que bom que é ter a presença da guitarra acústica de Steve Hacket, vinte e tantos anos depois de os Genesis terem ficado para trás.



Querem ver que em Israel é que vamos mesmo recuar uma vintena de anos?



Por cá, amanhã os povos ilhéus vão a votos para as Assembleias Regionais.

As campanhas foram bons exemplos da vacuidade política em que estamos a viver.

Na Madeira, em resposta às atoardas contra o colonialismo do continente, o Ministro Jorge Coelho lá foi recordar os milhões que o governo socialista acrescentou ao erário daquela região autónoma e sem os quais as obras públicas, que muito têm melhorado a qualidade de vida do arquipélago, jamais seriam possíveis



Esta noite, sob o embalo dos sons do vento, escrevi a minha próxima crónica para o “Notícias da Moita”.

Alhos Vedros
00/10/14
Luís F. de A. Gomes

2006-11-15

2006-11-14

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

HISTÓRIAS DA TERRA ENCANTADA
1

Para a Margarida e a Matilde
tesouros do meu peito

O mundo? Oh o mundo, o mundo é um objecto prodigioso. É um planeta sabes?
O que é um planeta? Bem, não compliques. Pelo que sabemos, planetas são corpos sólidos ou gasosos, não possuidores de uma fonte de luz própria e que giram em torno de estrelas ou de outros planetas. No primeiro caso damos-lhes o nome de principais e no segundo designamo-los por satélites. Nestes últimos anos, os avanços nos domínios das técnicas e tecnologias para prospectar o espaço exterior, assim como o avolumar dos conhecimentos e a sofisticação dos métodos e meios de controlo sobre as observações e experimentações científicas, devido a tudo isso, nos últimos anos conseguiu-se confirmar a existência de outros prováveis sistemas planetários, uma vez que foi possível induzir, quer dizer, de calcular, de perceber que estão lá esses corpos que são afinal como uma espécie de primos distantes da Terra. No entanto estamos a falar de sabedoria que não chega a possuir um par de décadas. Plutão, ao que parece, o último bugalho que se revoluciona pelo Sol…
Sim que gira à volta do Sol, Plutão, dizia, bem como Caronte, o seu satélite natural, não são conhecidos há muito mais tempo. O que sabemos sobre esta matéria devemo-lo aos nossos companheiros de sistema.
Olha que não, não é necessário recorrer a conhecimentos muito complicados para compreender isso dos planetas girarem em torno de estrelas o que, no nosso caso, significa entender as nossas órbitas face à fonte da claridade diurna. É claro que na época em que tais interpretações foram formuladas, era esse o patamar mais difícil de se atingir pois então requeria quase a globalidade do corpo teórico existente a esse respeito. Mas hoje em dia, passados que foram três séculos sobre tão decisiva descoberta e ampliadas que foram as ciências quanto ao que sabemos e à nossa capacidade de perguntar, os físicos falam de algo simples que denominam física newtoniana, na qual encontramos a explicação da força da gravidade, a corrente de atracção recíproca entre dois astros, afinal, a responsável pela giratória do sistema solar e de todo e qualquer seu semelhante que alhures possa haver.
Ah a expressão deve-se a Isaac Newton, um inglês que viveu no século dezassete, o primeiro a compreender a realidade daquela forma e, com isso, um marco primacial para a astronomia que nos é coeva. Homem sábio que decompôs experimentalmente a luz branca e com isso descodificou o arco-íris, em epitáfio dele se disse ser um génio e ainda hoje existe, na mesma universidade, a cadeira que ele ensinou.
Mas adiante que não são curiosidades destas que nos trazem aqui. O que interessa é que por causa da gravidade, a Terra evolui à volta do Sol e é esse movimento que nos traz as estações do ano. E aquela força irreversível é igualmente a atracção que contribui para que o ar se mantenha preso à Terra; a seu tempo veremos como este também é importante.

2006-11-12

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Agora que acabei de cumprir uma das minhas atribuições diárias da paternidade –a inevitável cantiga de embalar e a leitura de uma história que hoje foram duas e logo da Anita- dei comigo a reparar num pormenor.


A Matilde gosta imenso de ouvir a “Anita no Hospital” a ponto de, em cada cinco ou seis exemplares desta colecção, quatro são aquela historiazinha.

Curiosamente, a Margarida, mais ou menos pela mesma idade e fase vital, a entrada no jardim-de-infância, também teve a sua temporada de se repetir na mesma escolha.


E o engraçado é que isso se reflecte no leitor que, com tantos ensaios, encontra Ódeon e faz uma oratória cheia de nuances e ênfases da teatralização de um texto.


Ontem esqueci-me de referir o que se segue.

A barreira de fogo sobre Guterres não mais parará.

Desta vez deu-se o palanco ao ex-ministro da cultura, o Professor Carrilho que finalmente deu conta da pantominice da sedução passional do primeiro pela educação.

No género subtílis, o homo maniatábilis continua pronto a disparar.



Pois já que estou com a mão na massa, devo referir o prazenteiro encontro com um artigo de Pacheco Pereira (1) no “Público”; a bica do almoço não podia ter estado em melhor companhia.

É uma boa chamada de atenção para o perigo do reforço dos poderes de estado face aos cidadãos, com tudo o que isso, entre nós, pressupõe e implica de ataque à individualidade e aos direitos de cidadania.
Esta é a sua tese fundamental que eu subscrevo na íntegra.

Até se dá a coincidência de eu ter, há tempos, escrito dois textos que poderiam ter sido espoletados por aquela peça.
É verdade. E para prová-lo vou transcrevê-los; apenas para evitar ser maçador, usarei o método dos fascículos e hoje limitar-me-ei a copiar o primeiro.
Aqui vai ele, um desabafo sobre o “Big Brother”, escrito ainda antes do concurso ter começado, em reparo àquilo que sobre o programa televisivo vi na crítica jornalística.

Reza assim.

O “Big Brother” parte de um principio errado.
A ideia que a privacidade de alguém interessa a outrem, o que subverte, na origem, o pressuposto real da individualidade, o reconhecimento de que a cada um pertence o seu próprio espaço de vida que parte, precisamente, daquilo que apenas diz respeito a uma determinada pessoa.
Tal como a conhecemos, a civilização em que vivemos também se tem construído pelo cada vez maior reconhecimento da privacidade.
Aquilo que a literatura ou as ciências sociais têm feito a respeito da privacidade, as descrições, as reflexões, as ilações que nos têm apresentado sobre o tema, visto genericamente ou particularizado seja em quem for, não pode ser confundido com o que se passa no “Big Brother”, pois nada neste transcende o mero papel da espionagem sobre o quotidiano privado de um dado indivíduo; restaria apenas que se inventasse uma máquina para descodificar pensamentos para que àquelas criaturas fosse negado, por completo, o direito de não revelarem a sua opção ideológica ou partidária.

Em alguma circunstância seríamos capazes de aceitar a existência de um tal aparelho?


Amanhã veremos o outro.



Afinal, o passeio matinal foi ao pavilhão municipal da Moita.

Tratou-se da recepção da Câmara aos novos alunos e a Margarida trouxe uma camisola que lhe há-de lembrar o dia.


E eu tive oportunidade de ver a medalha que, a propósito desta saída, os alunos tinham realizado num destes dias.
Lá estão os coraçõezinhos, a menina, a casa e o Sol.

No primeiro ano em que esteve na sala dos grandes, no jardim infantil, o símbolo que escolheu para o seu cabide foi o coração.



A aviação israelita bombardeou cidades na Cisjordânia.
Em resposta, volta-se a falar de guerra santa.

Oh Rabin Ytzak
que a tua alma não chore a tragédia daqueles que não souberam merecer a grandeza de se seguirem a ti, meu irmão.

__________
(1) Pacheco Pereira, José, p. 11
O ASSALTO AO INDIVÍDUO

Alhos Vedros
00/10/12
Luís F. de A. Gomes

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Pacheco Pereira, José- O ASSALTO AO INDIVÍDUO
In, “Público”, nº. 3861, de 00/10/12

2006-11-11

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

UMA JANELA NO CÉU
Esta manhã, por entre o gigantismo do cinzento que encobria o céu e se desfazia líquido, no chão, havia uma janela azul, pequenina, mas tão saliente.

E eu parei o carro para ver.



A Margarida, em certos aspectos da sua personalidade, faz uma pessoa engraçada.
Daquele género de quem se preocupa com o devir, lá interpreta lamúrias que só lhe trazem angústia e penar sempre que as piores hipóteses se lhe apresentam plausíveis.

“-Então, é uma coisa que pode acontecer.” –Contrapõe, polegar esquerdo na boca e cabeça inclinada para mirar os rostos mais elevados, em contraponto com as faces das serenas e sorridentes desmistificações que os pais introduzem naquilo que, eventualmente, a preocupe.

Esta pardaloca nunca sai de casa sem recomendar uma boa meia dúzia de vezes para que a Dona Rosário não se atrase, ao meio-dia, quando tem que a esperar para o regresso que o almoço inpõe.

“-Quando eu sair tu já estás onde eu te possa ver. Prometes?”

E no entanto é uma criança que revela autonomia quanto baste.



Cá pelo burgo prevalece a diabolização de Israel com os palestinianos no papel de vítimas.
Enfim… Talvez se trate da velha solidariedade entre os pés rasos, pois para que o delírio seja completo já só falta que alguém venha acoplar ao Hamas a defesa da liberdade e dos direitos individuais.
No “Público”, mais duas cartas de leitores com a ladainha dos massacres perpetrados pelos judeus –a generalização é deliciosa- ou de que são responsáveis; do outro lado, claro, há uma brancura imaculada.
Mas é uma patetice assimilar o comportamento dos israelitas ao dos nazis.
Tal e qual, e estou certo que o Senhor Jorge Cardoso será capaz de desmascarar a nova solução final. (1)



Ai que maravilha, um livro de André Malraux que iniciei esta tarde.

Trata-se da narrativa de uma viagem, no deserto arábico, em busca da arqueologia da cidade bíblica da Rainha de Sabá.
Lamentavelmente, a tradução é uma lástima, mas ainda assim se antevê o encanto com que o Autor escreve. Até parece que vemos o deserto a partir do avião que os aventureiros usaram para chegarem ao destino. (2)

De Malraux escreveu Jean Grosjean no prefácio:
Fazer só para dizer e dizer unicamente o que se faz.” (3)

Bonito, não é?



Agora que a chuva se calou, a noite deixa que os grilos falem.



Esta manhã, os alunos começaram por arrumar as caixas dos materiais.
Nessa tarefa, a Margarida ofereceu-se para recolher os trabalhos dos colegas.
Depois iniciaram uma ficha sobre figuras geométricas –rectângulos e triângulos- que só acabaram de tarde.

Amanhã há saída; passeio ao parque das salinas.
Ontem tomei conhecimento e dei a conveniente autorização escrita.



E no Porto que no próximo ano será capital europeia da cultura, no âmbito do que se organizarão realizações que, segundo os responsáveis, não se querem elitistas, o museu de imprensa está em vias de encerrar.



Eurico Guterres, líder das milícias Aitarak, deve ser julgado pelo Tribunal Internacional de Haia.

Em Timor Lorosae ainda não existem instituições para o efeito e na Indonésia dificilmente haverá um processo livre e justo.

Mas o homem não passa de um criminoso comum.

__________
(1) Cardoso, Jorge, p. 11
A HISTÓRIA REPETE-SE NA PALESTINA?
(2) Malraux, André
A RAINHA DE SABÁ
(3) Grosjean, Jean, p. 11
PREFÁCIO

Alhos Vedros
00/10/11
Luís F. de A. Gomes

2006-11-08

HÁ DEBATE NO "LANA CAPRINA"

Mais uma vez aqui convidamos os amigos a entrarem no "lana caprina" para opinarem no interessante motivo que ali está à discussão.

"Porquê que uns ditadores assassinos são perseguidos, humilhados e julgados e outros são luxuosamente protegidos até aos 90 anos de idade?"

lana caprina, um dos seus pontos de encontro na blogosfera

2006-11-07



Esta última sequência de fotografias relativas a eventos na cidade é a nossa forma singela de agadecermos a visita que recebemos a partir do blog "Irritadinha On Line", um agradável ponto de encontro para quem gosta de navegar por estes mares. Com muitos dias de atraso, é certo, mas por motivos óbvios, este é o presente de boas-vindas para uma presença que esperamos se possa repetir muitas e muitas vezes e que para todos nós seria um encanto se não se limitasse apenas a comentários "No Largo da Graça".

Os melhores votos de saúde para a "Irritadinha" e todos os que lhe sejam queridos e o desejo que teime em irritar-nos com tanta presença de espírito.

Luís F. de A. Gomes

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Pobres daqueles que não sentem a alegria e o devaneio da partilha de momentos com as pequeninas coisas do quotidiano dos filhos.

É mais que evidente que, por vezes, o cansaço, as agruras das ondulações em que nos vemos forçados a viver, enfim, os picos mais ou menos longos e afiados que nos espetam o corpo enquanto seres culturais, é certo, diria que tudo isso acarreta impaciências e desejos de evasão e não é menos verdade que nem sempre somos capazes de evitar a derrota das desistências e das reacções indesejáveis. Muito prosaicamente, não pode deixar de ser considerada humana a vontade que alhures se acende de nos desligarmos dos nossos cuidados que, nessas ocasiões, inevitavelmente consideramos obrigações.

Contudo, se a nossa humilde humanidade nos dá um corpo para desfalecimentos, igualmente nos confere a habilidade da inteligência com que podemos reflectir e entender que os sinais de encantamento também se encontram à nossa volta e que a única coisa que se nos pede é apenas a disponibilidade para em eles atentarmos. E, amiúde, o espaço da nossa necessária individualidade resulta, tão só, da sabedoria de organizar o tempo de que possuímos o dom do domínio completo.

Pobres são aqueles que não se revivificam nos laços de um fim de tarde em torno da leitura de uma história ou até do mais elementar deleite em face de uma brincadeira dos petizes.


“-Oh pai, sabes o que é que nós fomos fazer ao parque novo, hoje? Adivinha lá. Fomos ver palhaços, fomos brincar ou fomos ver o batatoon?” –Perguntou-me a Matilde, depois de ter transmitido à irmã os cumprimentos que a sua ex-educadora lhe enviou.

Que mais felicidade pode um homem desejar do que ter dois doces corações como aqueles que eu tanto me esforço por merecer?



Hoje houve pintura e grafismos.

“-É um exercício que a Senhora Professora vos faz para treinarem a mão para fazerem o quê?”
“-Para escrever.” –Com aqueles olhinhos de uma dúvida resignada.

Mas também escreveram o número um e foram visitados por uma senhora -que a Margarida não foi capaz de explicar quem se trata- que lhes levou os livros de Religião e Moral Católicas que será ministrada no âmbito do horário curricular.

Bem, o livro custou trezentos e setenta escudos e já o paguei.

Alhos Vedros
00/10/10
Luís F. de A. Gomes

2006-11-04

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Dia longo, só agora às vinte e duas e trinta me posso sentar e, na companhia da TSF, escrever estas páginas.

Lá fora, onde os vidros me reflectem a imagem no ar escuro da noite, o mundo gira periclitante de tanta convulsão que lhe agita a superfície.

Mas eu, tão aconchegado na paz de um espaço de carinho, deixo-me voar no encanto do infinito.



Depois da Shoah, o estado de Israel ganhou a irreversibilidade.
Qualquer alternativa à terra histórica a ocidente do Mar Morto seria, por natureza, uma espécie de continuidade do guetho, a confirmação dos judeus como gente vista de uma maneira diferente e, em conformidade, talhados para viverem à parte.
Uma vez que o sionismo tinha décadas e adeptos, alguns bem colocados, impôs-se como uma evidência a organização de um estado judaico em solo bíblico e, afinal, para onde convergiam muitos judeus que, desde o início, conseguiram fugir à barbárie nazi.
Obviamente que se tratou da demanda de um território ocupado, mas tal nunca implicou, por princípio, a expulsão dessas populações, ainda que tenhamos consciência que a realidade não é assim tão simples e fácil de ordenar. Sem embargo, a alternativa ao confronto é a convivência e essa, embora seja a via mais dolorosa e árdua, ainda não está no domínio das experiências vulgares.
Há, pois, um futuro que permanece em aberto para o estado israelita.


Entre nós é politicamente correcto vermos os palestinianos como os bons da fita.
Mas não dão corpo a uma sociedade democrática, sequer apresentam uma sociedade civil sólida e relevante.



Hoje de manhã, a Margarida fez grafismos e realizou uma ficha em que pintou vários animais, entre os quais identificou as suas preferências que recaíram num coelhinho e num patinho.

“-Oh pai, a Professora disse que os meninos que não podem ter cães e gatos em casa podem, por exemplo, ter peixinhos num aquário.”

Foi a conversa do turno da tarde.



E à saída do trabalho, conduzindo para o reencontro com a Matilde e a Margarida, a Lua, desmaiada, visível pela transparência de uma coluna de nuvens, fez-me carregar no volume do rádio, onde trompetes barrocas diziam de sua justiça para melhor enleio de uma estrada a caminho do céu.



Depois foram as duas horas de ginástica da pequenada que o pai aproveitou para ler um livro de Patrick Suskind, autor de quem conheço uma tríade de outras obras.

E mais uma vez lhe encontro aquilo que me parece permitir-nos uma reflexão sobre a demência do nazismo.
É que tal como o jovem xadrezista da primeira história, “Um Combate”, também Hitler gozou de uma expectativa que resistiu aos disparates mais infantis –isto, porque as maldades não eram reveladas em público.

Esta compilação que, pelas datas, terá sido o primeiro trabalho do Autor, logicamente entre aqueles de que sou conhecedor, traz em si as potencialidades do humor que atravessa a obra posterior e que bem vem na linha de clássicos como, por exemplo, um Thomas Mann.


Nem dei pela rotação dos ponteiros.

Alhos Vedros
00/10/09
Luís F. de A. Gomes


CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Suskind, Patrick- UM COMBATE E OUTRAS HISTÓRIAS
Tradução de Mónica Dias
Edições ASA (2ª. Edição), Porto, 1998

2006-11-02

A SUA OPINIÃO CONTA - "LANA CAPRINA" PERGUNTA

"LANA CAPRINA" QUER SABER...

Quem é para si o melhor e o pior ser humano de sempre? Quem influênciou positivamente o curso da humanidade? E mais negativamente? Vote! O seu voto é importante!
Ora... Que pergunta! Porquê que o seu voto é importante... o seu voto é importante no sentido em que...portanto... votar já por si é um acto de cidadania. Pronto. É isso. Exerça a sua cidadania, sem mais perguntas, ok?!
Entre e responda, a sua opinião é importante.
um ponto de encontro na blogosfera

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

E aqui estou eu, novamente, depois de uma dia de passeio que me fez bem.

Ontem fomos até à Ericeira para passarmos o dia com o João e a Teresa e os seus dois filhos, o Manuel e o Vasco.

Tarde de brincadeiras entre adultos e crianças e as conversetas da praxe, com lanche e o fim da jornada na forma de um jantar improvisado de ovos e salsichas antecedidas por delicioso creme de legumes.

Regressámos noite avançada e as meninas foram para a cama sem tomarem banho.
O abraço ao João-pestana dera-se ao longo da viagem.

Apesar de uma constipação que me sobreveio, foi um dia alegre e revitalizador.


Eles estão todos bem, mesmo tendo em conta o cansaço dos pais que se lhes estampou no rosto.



A Margarida prossegue esta primeira fase de adaptação à escola.
Permanece aquela ambivalência que é um misto entre o querer e o gosto de estar e a aversão às acções exercidas sobre as inconveniências comportamentais que, na sua interpretação, têm a normalidade das coisas naturais.
É que a adaptação à escola requer, pelo menos o relacionamento com os trabalhos da aprendizagem e a aceitação das regras inerentes às atitudes consentâneas com esses mesmos processos, bem como a apropriação daqueles que, em algumas das suas expressões, não são inteiramente claras para estas idades.
Quanto ao primeiro aspecto poderemos falar de um saldo positivo. Sem excepção, os exercícios que tenho visto estão bem feitos e, ainda há pouco, resolveu o trabalho de casa enquanto o diabo esfregou o olho. Além disso, devo notar que sabe descrever de forma ordenada o que diariamente faz nas aulas e sabe explicar o que, num ou noutro caso, carece de explicação.
Sinceramente, outra coisa não esperaria da minha filha, tal como sabia da inevitabilidade das hesitações sobre se conseguirá ou não responder aos desafios que se lhe deparam.
No que à disciplina diz respeito é que as velas não vão assim tão entufadas, bem pelo contrário, raros são os dias em que não é objecto de castigo. Os motivos não são graves e não me parece que pressionem o botão vermelho; além do humaníssimo dar à língua, há o pecadilho de aproveitar a ausência a ausência da docência para espreitar à janela.
Mas são essas as forças da repulsão que a levam a aceitar as aulas e a Professora com alguma resignação mal escondida nas palavras.


A Luísa voltou a questionar-se quanto à pertinência e efeitos de medidas, aparentemente, tão rígidas.
Honestamente continuo a pensar que não lhe encontro alternativas. Noutras condições de ensino, talvez.

O nosso papel é o de quem tempera o caldo amargo, procurando que ela, por um lado, compreenda as implicações do papel da Professora e, por outro lado, assimile a necessidade de uma prática razoável que, obviamente, deverá ter expressão real. Tenho para mim que estas são das primeiras pedras da cultura de estudante.



Lamentavelmente, no nosso país não se investe a sério na educação.
Depois da palhaçada da reforma de Roberto Carneiro que acabou na readaptação do nosso modelo de ensino aos nove anos de escolaridade obrigatória imposto pela União Europeia, com os sucessivos remendos e ajustes que seguiram ao sabor da gritaria dos lobbies envolvidos e esbatida a paixão do actual primeiro-ministro sobre o tema, o que se vê é o desemprego de inúmeros licenciados sem aptidões para laborarem na economia real, para não falar de um tecido tecno-económico que não apresenta sinais de conseguir vir a acompanhar os patamares superiores da nova divisão internacional do trabalho que as novas indústrias e produções científicas estão a desenhar sobre os nossos narizes.

Os nossos homens sem espinha não são capazes de identificar e satisfazer o bem comum.



Autárquicas na Bélgica.
Face à possibilidade de os cidadãos de outros países da União, por aí serem residentes, poderem eleger e serem eleitos para aqueles cargos políticos, teme-se o crescimento da votação na extrema-direita.



E na Jugoslávia deu-se a reviravolta que impôs Kostunica na presidência. Jurou a constituição, depois de reconhecido pelo tribunal constitucional e falou da coesão da federação.

O futuro falará por ele e a abertura da sociedade, a normalização da vivência democrática, serão disso testemunhas.


Na campanha eleitoral norte-americana começaram os debates televisivos.
Al Gore com ligeira vantagem no primeiro assalto.



Na sexta-feira, de manhã, os alunos construíram e ilustraram uma história sobre cheirinhos e à tarde fizeram uma ficha sobre a aprendizagem do dia anterior, cuja finalização ganhou a forma de trabalho de casa.



E o polvo mafioso que nos há-de matar a democracia lá voltou a disparar, desta vez sobre a dignidade de um futebolista do Benfica, revelando aspectos da sua vida íntima no âmbito sexual.
Que se pode dizer de um jornalismo que não revelou a coragem de, sem tibiezas, desmascarar a ignomínia e expor publicamente aquele que lhe deu eco, um tal Manuel Serrão, outro dos que falam com o beneplácito de um certo lobbie que pretende o poder para o Norte, coisa que nada tem a ver com a sombra do erário e dos privilégios. Obediente e lambe-botas, a cobardia tratou de querer saber a opinião de Pinto da Costa sobre o assunto.



E a família aproveitou o doce cair da tarde para que as miúdas dessem ao pedal no decurso de um passeio que acabou por se prolongar até à hora do regresso para o banho e o jantar.


Agora, lavados os dentes e após uma boa hora ao telefone com a tia Fátima em que tanto uma como a outra contaram as novidades dos últimos dias, “-Diz que eu já vou à escola.”, falava a impaciência da mais nova enquanto esperava a sua vez, cumprida a obrigatória parcela da mãe, lá foram para a cama e dados os beijinhos e os miminhos de embalar, deixaram-se dormir na serenidade de uma vida feliz.



Ehud Barak deu um prazo de quarenta e oito horas para o fim da intifada na Faixa de Gaza. A clepsidra esgotar-se-à amanhã.
Seguir-se-à pancadaria e o impasse político habitual. Tenho dúvidas que o governo israelita passe de imediato à revitalização dos colonatos. Seria demasiado arriscado e o estado judaico ficaria isolado internacionalmente com o único apoio por parte dos Estados Unidos. Mas não seria a primeira vez que isso aconteceria.
Seja lá como for, continuamos na era em que as vozes radicais se sobrepõem à inteligência e moderação e, isto, tanto de um lado como do outro.



Ai Margarida, meu amor
que mundo tão belo
e simultaneamente cheio de horror.



Na Índia há meninos vendidos para pagamento de dívidas.

Perdoai-nos Senhor.
Tende misericórdia de uma humanidade ainda criança.

AlhosVedros
00/10/08
Luís F. de A. Gomes

2006-11-01

A CACAV COLOCA À DISPOSIÇÃO

OFICINA D’ARTES
2006/2007



Estão abertas inscrições para os seguintes Ateliers:

-Desenho/Pintura/Escultura
Sábados das 15 h. às 17 h. (início dia 4 de Novembro)

- Azulejaria
Sábados das 17 h. às 19.30 h. (início dia 4 de Novembro)

- Guitarra
3º Feira das 21 h. às 22 h. (início dia 7 de Novembro)
Sábados das 17 h. às 19 horas (início dia 11 de Novembro)

- Fotografia
( só iniciará quando registar o número mínimo de inscritos)

-Cerâmica
( funcionará inserido no Projecto “À Descoberta da Cerâmica”, a divulgar muito brevemente)

“ENCONTROS DE OUTONO”

Irão decorrer de 18 a 26 de Novembro/2006, os “Encontros de Outono”, na Capela da Misericórdia de Alhos Vedros.

Do programa constam alguns momentos de animação, poesia e uma exposição de fotografia, pintura, gravura e cerâmica.

Contacto através do Telem. 932214015
COOPERATIVA DE ANIMAÇÃO CULTURAL DE ALHOS VEDROS
Joaquim Raminhos