2007-02-09



Esta foto finda a série sobre a cidade de Erfurt, na Turíngia, Alemanha.

Alguém muito especial viu uma e gostou de um lugar de que sempre sinto saudade. Com a modéstia de um fotógrafo acidental, procurei apenas dar uma pálida imagem da sua zona histórica.

Não é uma prenda porque não têm qualidade para isso, mas foram aqui inseridas com todo o carinho.

Luís

2 Comments:

Blogger Gi said...

Estava a ver que não conseguia escrever aqui. Luís não sofro de falsa modéstia e sei que com o carinho que me trata esse alguém sou eu. Gostei muito de as ver, foi um presente que me deu muito prazer e a beleza está nos olhos de quem as vê. Para mim mesmo não sendo tiradas por um profissional mostraram-me aquilo que eu gostava de ver e não conhecia. Foram belas sim, todas elas. A dos meus "barquinhos" ficará sempre na memória com um sorriso. Pois que não foi um disparate ?
Um beijinho e amanhã .

02:38  
Blogger o clube said...

Mais me faz mergulhar na serenidade do encanto o facto de ter gostado e de o ter expressado em palavras tão bonitas e cativantes. E deixe que lhe diga que nesse caso são duas as memórias que, perante os seus "barquinhos", deixam vir aos lábios um sorriso.
É claro esse alguém é a Gi que seguramente não me vê tratar mais ninguém com toda a mesma singularidade, pois não? Eu sei que sou muito simplório, mas sou uma pessoa tranquila e com a cabeça devidamente arrumada.
Mas não entendo a que disparate se refere. A confusão que fez com os ditos barquinhos? Mas não é confusão nenhuma e se o fosse... Ora, disparates desses queria eu ter de presente todos os dias, logo pela manhã, (c). A única coisa que me poderia acontecer é que isso me provocasse uma louca e doce vontade de continuar a disparatar o dia inteiro e ficar justamente onde os olhos despertavam, como deve calcular, com as inerentes inconveniências para com a vida laboral que para um escravo como eu não tem alternativa, bem, pelo menos por enquanto. De resto, seria... Seria, o quê? Uma maravilha, claro, seria a maravilha das maravilhas. Mas a verdade é que não há confusão nenhuma, pois aqueles canteiros são alegorias de barquinhos, minha querida amiga -eu acho que expliquei isso na altura, até vou ver em seguida- que é uma forma de fazer um pouquinho de poesia com a decoração de um recanto da cidade.
Gi, a Turíngia é uma região que no século treze foi importante reino independente -tem até uma Rainha Isabel que fez, um pouco antes que a nossa Isabel de Aragão, um milagre das rosas tal e qual aquele que na forma de lenda entra na nossa história. É incrível o quanto naquelas terras aconteceram epsiódios e surgiram personalidades que tanto contribuiram para a expressão cultural que tem a civilização em que vivemos. Ali, por exemplo -e espero não a maçar, mas já agora passo-lhe a informção que é sempre interessante- a escola obedece ao padrão moderno desde antes dos temps de Martinho Lutero que aprendeu numa sala de aula muito semelhante àquela em que ambos fizemos as nossas primárias. Não por acaso, ali surgiram vultos como Goethe que não foi só o poeta genial de que se fala, foi também um homem de intervenção -o termo está certo- na vida da sociedade que soube imprimir ao governo do então principado os valores das luzes e a partir daí conseguiu que se implementassem políticas e medidas -em Jiena, tanto o Jardim Botânico como a Universidade são resultados desses seus esforços- que materializassem as teses generosas de que aos goernantes competia zelar para que as vidas das pessoas melhorassem e decorressem em segurança. Na música, por exemplo, temos em Eisenach a casa de Johan Sebastian Bach, o mais famoso dos muitíssimos Bach -uma prole desconcertante de músicos- que figuram na listas dos organistas principais da Matríz (?), mas também aí circulou Mendelshon que chegou a viver em Leipzig e desde miúdo visitou Goethe, na sua casa em Weimar -eu gosto de dizer, pois não sei se será exactamente o mesmo e provavelmente não será, ainda lá está o piano em que o Autor da Marcha Nupcial tocou para o poeta- onde também viveu,pela mesma época, outro gigante, desta vez das letras do romantismo, Schiller.
É uma zona muito culta e bonita e é-o desde há muito. Asruas da cidade são de uma limpeza incrível e os seus habitantes têm o bom gosto de pintarem as fachadas e, onde é possível, nas ruas também, com flores, muitas flores que dão uma alegria peculiar à superfície de um clima que tem neve de inverno e chuvas na estação mais quente e onde se conseguem toques de delicadeza como os abrigos para os passarinhos nos jardins que facilmente vêm até junto de nós se soubermos ter as atitudes adequadas e também coisas como os barquinhos que a Gi tão bem viu como pedacitos de poesia no encanto de ua cidade.
Bem, não a empato mais que você não tem o tempo todo do mundo, mas espero que não me tenha achado maçado por querer partilhar consigo o que sei sobre um dos lugares da Terra a que o meu coração se entregou e dos poucos que eu sinto saudade e nostalgis por não estar lá, por muito estranho que isto lhe possa parecer.
Até amanhã, Gi, um resto de um Domingo cheio de azul, muito, muitíssimo azul para si (c), só comparável ao que vejo agora por saborear o facto de ter reconhecido e gostado deste pequeno nada que aqui deixei, com todo o carinho de que um desastrado como eu é capaz de encontrar dentro de si.
Seu
Luís

15:56  

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