2007-04-20


7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

...

"Na vidraça aberta, fronteira ao ângulo com que o meu olhar a colhe
A casa branca distante onde mora... Fecho o olhar...
E os meus olhos fitos na casa branca sem a ver
São outros olhos vendo sem estar fitos nela a nau que se afasta.
E eu, parado, mole, adormecido,
Tenho o mar embalando-me e sofro... "
...

só umm bocadinho da Casa Branca nau preta de Álvaro de Campos.

Sugerido pela imagem.
Boa noite Luís

01:21  
Blogger o clube said...

E que bela sugestão, Álvaro de Campos é dos mais belos monumentos da literatura mundial -oh que presunção a minha- pelo menos na ínfima parcela que dela tenho conhecimento.
Obrigada pela prenda que tanto embeleza esta casinha humilde e manifestamente com tão pouco interesse.
Um resto de um Sábado cheio de alegria, para quem me deseja boa noite sem me deixar um nome a que eu possa responder.

Luís

15:16  
Anonymous Anónimo said...

Que importa um nome? Poderia ser qualquer um e eu seria sempre "ela". Mas se faz questão fica este mesmo, ELA.
Bom sábado para si também

16:05  
Anonymous Anónimo said...

Dizem que as conversas são como as cerejas e são-no na realidade. Pouco depois de ter estado aqui lembrei-me de uma pequena pérola que conheço da poesia catalã. E tudo isto por causa de um nome veja bem.


Não digas o meu nome.

Nomear-me
é prostituir o silêncio
e tu estás viva
como um altar profanado
filha de todas as vozes
impossíveis do universo.

Não digas o teu nome.

Vem
na obscura voz do tacto.


Jaume Pont

Ela

18:18  
Blogger o clube said...

Sim e o Sábado foi bonito, muito cheio do encanto do amor e da amizade, com o chão da lezíria cheio de cores e a brisa fresca do estuário que parece um lago afagando-nos o rosto e levando as nossas gargalhadas e palavras para longe, como que a anunciar a passagem das bicicletes com que eu e as minhas queridas filhas nos perdemos por entre valados e caminhos serpenteados de lírios selvagens para darmos asas à alegria de viver, enquanto a tardinha, de mansinho, se aproximava na algazarra da passarada em busca dos ramos da pernoita.
Depois veio a partilha da amizade entre irmãos de sempre que todos os meses se reunem para se darem conta uns dos outros e erguerem os copos numa saudação à vida, à amizade e ao carinho de nos presentearmos e quando por volta da uma da madrugada cheguei a casa, já nada mais restava para lá do sono que hoje cedo me abandonou para me despestar para este dia tão lindo de ver e aqui estou, agora, com esta surpresa agradável de um poema tão belo e logo de um poeta e de uma literatura que de todo desconheço. Muito obrigada pois por mais essa prenda que ainda mais encanto vem causar a este fim-de-semana em que me sinto no reino da felicidade.
Conhece Antonín Dvorák? Conhece a sua 9ª. Sinfonia? É uma maravilha não é? Escuto agora o "Largo", e vejo a planície ondulando num vento suave, curvando de verde tenrinho, enquanto no céu o azul se espelha para lá de lentas cavalgadas de nuvens que teimam em querer fazer negaças ao Sol, ainda que o vento não as deixe.
São pois para si estas sonoridades para que possa retribuir e sua simpatia e para que não me leve a mal de lhe dizer que Ela é única e tem um rosto e nome em que eu penso todos os dias, em que eu jamais deixarei de pensar todos os dias, um rosto e um nome que eu conheço e reconheço e que de tanto azul que a envolve e em que eu mergulhei, jamais poderá ser outro alguém que não Ela, mas para um visitante tão cheio de simpatia, como posso eu deixar de aceitar a sua vontade? Pois assim seja.
Agora desejo-lhe o melhor que o Domingo possa ter para propiciar a alguém.

Luís

11:37  
Anonymous Anónimo said...

Retribuo com música que deve conhecer

http://www.youtube.com/watch?v=PsS8jvFrLKs

Ela

13:40  
Blogger o clube said...

Ena pá! Que mimo!!!.... Conheço, claro que conheço e até já escutei este concerto mais que uma vez, ao vivo, uma delas inolvidável, na encantadora cidadezinha que é Praga, justamente Praga e sabe o que sempre mais me fascinou na música de Dvorák? São os filmes que se me representam, diante dos olhos, sempre que os fecho e me estendo no abandono de ficar a ouvir, só a ouvir os ervados terrenos de planícies ondulantes, o marejar das árvores, a fúria inclinada das nuvens sobre a Terra, aquela partícula da Terra, chocalhando nos espelhos quebrados de circunsgirações de todos os tamanhos, e os penedos que por aqui e ali impões os limites da planície atravessada de veias que buscam os braços mais fortes dos grandes rios que passam mais e a Sul e a Norte. Quando pela primeira vez viajei em solo checoslovaco, lembro-me de me recordar de um concerto que vira de Dvorák anos antes em Lisboa, na Gulbenkian, com orquestra e coro que me deixara estatelado na maravilha. Engraçado, pensei, olhando a floresta que atravessa o continente até à Polónia, foram estas paisagens que imaginei ao som de Dvorák.
Está a ver o encanto da prenda que me deu?
Obrigada então, muitíssimo obrigada por um presente tão bonito que tão mais alegre deixou esta tarde já prenhe dos botões da alegria.
Um resto de Domingo tão encantador como este momento que me proporcionou.

Luís

15:46  

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