2007-04-12

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

O arquipélago das Galápagos, património natural e laboratório vivo, sofre, desde há dias, o flagelo de uma maré negra provocada pelo naufrágio de um petroleiro que, mesmo na cara da ilha de São Cristobal, derramou o petróleo que lhe ia nos contentores e que hoje já atingiu a linha de costa de outra ilha, a trinta e tal quilómetros do ponto de desgraça.
Há espécies únicas cuja ameaça de extinção pode encontrar aqui um forte impulso no tempo mais imediato, embora as consequências ou a gravidade das mesmas, se quisermos ser rigorosos, sejam difíceis de avaliar pois é sabido que o combustível fóssil pode eliminar certas algas e outros micro-organismos que formam a base das cadeias alimentares que, dessa forma, podem ser arrasadas implicando a migração ou até mesmo a morte de certas estirpes animais, tudo isto em processos mais ou menos morosos que podem durar muitos anos. Ainda se fazem sentir ondas de choque do desastre do Exon Waldez, no Alasca, se a memória me não engana, em mil novecentos oitenta e nove.
É uma tragédia o que está sucedendo naquela pátria de tartarugas gigantes e iguanas que, além do mais, ainda conta com o simbolismo de ter sido lá que Charles Darwin reuniu muitos elementos que, mais tarde, lhe serviram para imaginar as suas teorias da selecção natural das espécies.

As consciências ecológicas mobilizaram-se e há voluntários operando no salvamento de animais afectados e em dirimir as piores implicações da progressão da mancha poluente e, em tantos casos, letal.
Trinta anos depois das primeiras manifestações de rua, as preocupações com os problemas ecológicos são integrantes da idiossincrasia de algumas –ainda poucas- pessoas.


Mas quanto a mim mais uma vez fica à vista a inexistência de uma resposta adequada ao nível das Nações Unidas e da necessidade de se começar a falar e a propor um estado de direito para as relações internacionais entre os estados do planeta.
Indubitavelmente multifacetada, mas há que pensar numa civilização para a nossa casa comum pois corremos o risco de desaparecermos antes de sermos capazes de construir e possuir qualquer outra.

As minhas queridas filhas são educadas dentro desse princípio.


E numa coincidência triste, Joskua Fisher, o Ministro dos Estrangeiros da Alemanha e um dos fundadores do partido “Os Verdes”, está sob fogo cerrado de uma campanha para o desacreditar e, certamente, o levar à demissão e à prateleira política. Há um certo conservadorismo que jamais lhe perdoará o passado radical, sequer tendo em conta que ele interpretou a corrente que trouxe a revolta para o terreiro da institucionalidade, em oposição a outros jovens que vieram a dar corpo ao Exército Vermelho, de Andreas Baader e Ulrich Meinhof, que introduziu o terrorismo na agenda da sociedade alemã, depois da ressaca das lutas sociais que varreram a Europa na década de sessenta.



Jorge Sampaio interrompeu as férias para se reunir com o Primeiro-Ministro a quem puxará as orelhas por causa das inconfidências do Ministro da Defesa, segundo o qual o Presidente da República sabia das consequências do urânio empobrecido desde noventa e nove.
Espera-se a demissão do membro do Governo e a barraca ficará montada.

Vamos regressar aos tempos do primeiro mandato de Eanes? A nossa sorte é que a constituição e as diferentes circunstâncias já não deixam.



De manhã, os alunos realizaram uma ficha para o livro dinâmico em que construíram frases que, depois de lerem, copiaram para o caderno.
À tarde resolveram duas fichas de Matemática a respeito do número seis.

E lá tiveram mais um trabalho para casa.



Para já, o filho de Laurent Kabilá foi votado pelo parlamento, de braço no ar, como o sucessor dopai.

As armas estrangeiras estão dispostas a mantê-lo no poder.



Hoje estive com o Carlos e é claro que não deixei de lhe manifestar a admiração pela coragem que teve em enfrentar o Pinto da Costa da forma como o fez.



E depois de um dia de Sol
mais uma vez a chuva.

Alhos Vedros
01/01/24
Luís F. de A. Gomes