2007-05-27

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

A PRIMA VERA CHEGOU
No domínio do ensino, em Portugal, começamos por ter um problema de natureza política. Apesar da retórica e do tarefismo de sucessivos governos, a verdade é que não se estabeleceu uma filosofia de fundo para encarar o fenómeno que fosse transversal às diferentes correntes políticas e naturalmente permitisse balizar os objectivos a atingir e os princípios em que deveria assentar a prossecução dos mesmos. Nunca se encarou de frente, com realismo e coragem, a resposta à pergunta de saber para que queremos que o estado mantenha um sistema que consome recursos consideráveis. O que é que se deve atingir com a actividade daquele? Enfim, questões que implicam muitas outras e a partir das quais podemos não só identificar assim como decidir e justificar aquilo que pretendemos, como ainda explicar para que o queremos. Só então obteremos propósitos práticos coerentes, tendo em vista um certo resultado global.
Falta verticalidade política para grandes trabalhos que só a longo prazo dão retorno, além de inevitavelmente forçarem a enfrentamentos com grupos de interesses há muito instalados.
Daí que se tenha vivido ao sabor da corrente que, entre nós, ganhou o epíteto de reforma, no plural, que, do consulado de Roberto Carneiro –lembram-se- para cá, sob a designação de normas de adaptações em processos dinâmicos, várias têm sido.
Os resultados são as vergonhas que todos nós conhecemos. Um sistema de ensino em que obviamente com as piores performances do mundo desenvolvido, os filhos dos pobres pagam para os dos ricos. Aliás, injustiça semelhante à que se aponta para o sistema fiscal.

Um dia haverá lugar para que os responsáveis sejam julgados por isso.
Para já, é tempo de começarmos a entender que este é dos mais fortes motivos para orientarmos o destino dos nossos votos.



Neste primeiro dia de Primavera, em que a Margarida e a Matilde fizeram questão de vestirem camisolas de meia manga, o mau tempo voltou ao Norte de Portugal. Inundações e enxurradas de que resultaram dois mortos e muitos danos materiais; em Chaves, lá veio uma parte das muralhas abaixo.

Ainda assim, aqui não tivemos mais que o céu nublado.



E ainda tivemos oportunidade de ficar a saber que Santana Lopes será candidato à Câmara de Lisboa.
É a chance de um homem que desde sempre mostrou querer ir longe na política e na verdade nada tem a perder com uma derrota mas muito a ganhar em caso de vitória.

Seja como for o que sobressai é a diferença relativamente à subserviência de certas coragens nortenhas que não querem correr os riscos de desaire, no Porto, e muito menos terem que se colocar na mira de fogo de um homem com Pinto da Costa.

Significativamente, a nossa democracia tem muitas, demasiadas figuras destas.



Hoje os alunos voltaram a dedicar o dia a exercícios com a nova palavra dada.
O trabalho para casa constou de uma ficha para o livro dinâmico.

Amanhã irão ao teatro, com folga na parte da manhã.



A maior plataforma petrolífera flutuante do mundo afundou-se no Atlântico, perto das águas territoriais brasileiras. Nos depósitos há um milhão e meio de litros de petróleo que, para já, provocaram uma grande mancha poluente. Além disso, há o perigo de se romperem os tubos que ligam a plataforma aos pipelines.

Estaremos na antecâmara de uma catástrofe ecológica?



E se calhar também na de uma hecatombe mundial.

Os guerrilheiros do UCK, na Macedónia, declararam unilateralmente um cessar-fogo.
Isto é uma manobra simplória. Os homens querem apenas ganhar posições no terreno pelo que é de esperar o pior.

Neste aspecto dou razão ao Ministro russo dos Estrangeiros, naturalmente por razões diversas daquelas em que ele sustenta a afirmação. No Ocidente não há capacidade para lidar com esta gente com a firmeza adequada.



E agora retiro-me para a leitura.

Alhos Vedros
01/03/21
Luís F. de A. Gomes

1 Comments:

Blogger José Carrancudo said...

Os problemas do nosso ensino sempre eram de natureza política, e criados pelos políticos.

O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Disto, os culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.

Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendamos vivamente a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.

Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.

Sr.(a) Leitor(a), p.f. mande uma cópia ao M.E.

21:31  

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