2007-06-08

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

E hoje, a Margarida reatou a sua vida normal.


Na escola, durante a manhã, dez as fichas de matemática do dia anterior e depois fez exercícios do livro do meio que só completou no turno da tarde, a que se seguiu uma cópia. No fim da aula, a Professora distribuiu os trabalhos para casa correspondentes às férias da Páscoa que se avizinham.

Amanhã terá folga no que constituirá uma experiência inédita; a Professora fará greve.



Ah e o mundo também continua, normal, bem normal com a cadência das anormalidades que fazem notícia.

Guerra no Médio Oriente que as tiranias árabes não querem abrir mão do poder supremo sobre os seus povos e vai de fustigar o fantasma judeu capaz de espoletar uniões espúrias pela força de manter crianças e adolescentes como escudos face a balas, para que depois possam apresentar crimes como acções de combate libertador, tal como foi o caso dos atentados suicidas dos últimos dias em Israel. É claro que a retaliação não se fez esperar e na última noite a guarda pessoal de Arafat foi bombardeada.

Para que ainda seja impossível entender que o fim dos conflitos no Médio Oriente seria um forte contributo para um estado de paz a nível mundial.
Mas não será isso que se espera nos tempos mais próximos. A Liga Árabe acaba de indigitar um secretário-geral que pertence ao grupo dos duros anti-israelitas.


E a guerra esquecida da Tchetchénia a fazer-nos lembrar que o Ocidente não tem capacidade de influenciar os destinos do mundo que já deixaram de estar na mão dos parlamentos para passarem a obedecer aos interesses doa mais variados outros poderes, alguns bem obscuros, quanto o são os interesses de quase todos eles.



Pois não admira que a FLEC tenha feito do rapto de trabalhadores portugueses a câmara de eco para a vontade de independência que graça entre os cabindas que nunca fizeram parte de Angola e cujo território Portugal terá aceite como protectorado há cento e poucos anos.

Esperemos que, para já, o drama não faça um episódio com a morte de sangue inocente, pois da nossa diplomacia só podemos contar com lágrima de teatro e palavras de telejornal.



Pois não é aqui a terra do homo maniatábilis?
Pois vejam se eu não tinha razão quando referi que o beato Guterres já estava de joelhos. Ora aí têm, a farsa que faltava neste reino de homens menores; Fernando Gomes, o próprio, voltará a ser candidato à Câmara Municipal do Porto por imposição e graça de conveniências disfarçadas de interesse público. Assim, para já, o nosso primeiro terá de engolir o elefante que depois virão pontapé final que eu tenho a certeza que será à Eusébio.

A civilização democrática é que vai desaparecendo do nosso horizonte.



E sem que ainda tenha chegado à mentalidade dos líderes timorenses que hoje ficaram a saber da demissão de Xanana Gusmão do Conselho Nacional, com denúncias de dinheiros por aplicar ou mal gastos e o indicador esticado na direcção dos partidos políticos, dando a entender a incompreensão face à natureza potencialmente instável dos regimes democráticos.

Alhos Vedros
01/03/29
Luís F. de A. Gomes