O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA
FILHAS FORA DA TOCA
Bem, estive para não escrever, isto é, guardar para amanhã o que poderia fazer hoje, cansado que me senti após o jantar e a entrega ao sono das gatinhas. Mas depois de ter solto uma cassete que se enleara nos mecanismos do vídeo, sentei-me para assistir ao episódio dos “Ficheiros Secretos”.
Não sei como nem porquê, mas no fim as baterias estavam recarregadas.
A Matilde teve o seu primeiro dia no jardim infantil.
Ao contrário da Margarida que durante o primeiro ano fez as sestas em casa, ela dormiu na escolinha e tudo correu bem. Até almoçou e lanchou por mão própria e quando a fui buscar, por volta das dezassete e trinta, toda sorridente e, naturalmente, satisfeita por me reencontrar, pediu para ficar ali, brincando, mais um pouquinho.
Só posso agradecer a Deus a alegria deste meu anjo.
Claro que o facto de, por via da irmã, ela já conhecer as empregadas e o espaço –por exemplo, a Luísa teve o cuidado de, neste último Verão, no dia em que a Margarida se despediu, almoçar ali com elas- e de ser amiga de alguns dos miúdos que frequentam aquela instituição, é claro que isso em muito terá confluído para esta sua boa entrada.
Mas a sua maneira de ser bem disposta e despreocupada e despreocupada a isso não terá sido estranha.
Se assim continuar, dali virá mais uma fonte de tranquilidade.
As auxiliares foram unânimes em dizer que parecia tratar-se de uma das veteranas da casa.
Deus acompanhe esta minha querida filha.
Adiámos este dia durante um mês. Se tudo tivesse decorrido normalmente, ela teria entrado a um de Setembro.
Mas a direcção achou por bem fazer obras para melhorar as instalações existentes e aumentar-lhes uma nova sala, cuja futura utilização desconheço.
O problema é que o anexo ainda apresenta as paredes em tosco e sinais de um final feliz, nem vê-los.
Displicência quanto baste do lado de quem contrata e negligência a jeito da parte do contratado e o resultado é que as crianças estão, por ora, sujeitas a um conforto de arranjo. Esperemos que não dure até ao final do presente ano lectivo.
De qualquer modo, os pais devem pressionar para que a honra do convento seja salva.
E ao fim da tarde fomos para a ginástica que também começou para a Matilde.
Para mim foram duas horas de leitura sobre a aplicação das ciências históricas à génese da cultura judaica.(1)
No que pessoalmente me diz respeito foi o que se salvou de um dia em atraso permanente.
Eu fui aluno do Professor José Júlio Gonçalves, o Reitor da Universidade Moderna que se viu envolvido numa acusação de crimes de elevada gravidade.
Aqui temos um caso de polícia e, nesse âmbito, tão só é de lamentar que o mesmo sirva para factor de pressão e maniatamento político de certas personalidades, mormente o inenarrável Paulo Portas.
Mas o que o mesmo deixa a nu é a triste realidade de se terem autorizado universidades para que se encontrassem alternativas às empresas públicas –entrementes desnacionalizadas- para a colocação das clientelas.
A verdade pura e simples é que estão à vista os dividendos com o significativo aumento das taxas de desemprego ou não colocação dos licenciados no nosso país.
Esta manhã, depois da correcção do TPC que a Margarida fez bem, houve leitura e interpretação da história da carochinha.
À tarde fizeram uma ficha do livro de matemática em que pintaram os coelhos que estavam fora das tocas e os pássaros que seguiam à frente da águia, assim como as bolas que separavam os leões.
Pela auto-avaliação, a minha querida filha fez tudo a preceito.
A noite está amena, própria para os sonhos das crianças.
Há sons de aves nocturnas sob o compasso da algazarra do sapal.
__________
(1) Cazelles, Henri
HISTÓRIA POLÍTICA DE ISRAEL
Alhos Vedros
00/10/02
Luís F. de A. Gomes
CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Cazelles, Henri- HISTÓRIA POLÍTICA DE ISRAEL
Tradução de Cácio Gomes
Paulus (2ª. Edição), SãoPaulo, 1986
CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Cazelles, Henri- HISTÓRIA POLÍTICA DE ISRAEL
Tradução de Cácio Gomes
Paulus (2ª. Edição), SãoPaulo, 1986
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home