2007-03-14

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

SERÁ QUE A FOLGA ACABOU?
O país está a banhos no início do Inverno.
A planície alentejana repetiu-se em lagos com ilhas e a Ribeira, no Porto, voltou a ver a rebentação junto do cubo, num espelho corrente que encontra as margens nas casas da Invicta e de Gaia. Em Ponte de Lima circula-se de barco e são os patos quem melhor aproveita os entrementes em que o Sol mira o espectáculo.

Um pouco por todo o lado os prejuízos são elevados. Há vias esventradas e outras infra-estruturas danificadas e prejuízos particulares significativos que o mais certo é que só em parte estejam cobertos pelos seguros. Quando as águas regressarem ao normal escutaremos as lamúrias. Veremos então as respostas de quem de direito.



Mas hoje está um dia bonito; frio, é certo, contudo solarengo e dá gosto de ver os extensos algodões que vão passando no céu, através de árvores reduzidas à madeira viva de esqueletos de varas apontadas para o alto.



A Margarida já conseguiu ler os nomes de todos os candidatos presidenciais.
Esta tarde fui dar com ela, esticada no sofá, soletrando aqueles nomes.



Tais políticos é que parecem andarem a navegar no delírio.
De um lado o trio que, com mais ou menos radicalismo, pede o regresso do contingente português que, integrado nas forças da NATO, está estacionado e envolvido numa operação de contenção das hostilidades na ex-Jugoslávia; do outro o Presidente em recandidatura, na pose quem já está pronto para todas as confidências, ao jeito da melhor juventude esquerdista, vociferando, veladamente, contra a actuação do Governo, defendendo maior intervenção e mais atenção à melhoria da qualidade de vida da população, especialmente a mais pobre –isto quando se espera a intervenção do Primeiro-Ministro na sua campanha.

Estamos ou não na brincadeiralândia?
Não não, estamos no reino do homo maniatábilis.


Então o nosso primeiro que ontem apareceu com a conversa da desconfiança relativamente aos altos comandos da Aliança Atlântica, não veio hoje cair no realismo para dizer que devemos continuar activos na campanha que os aliados vêm levando a cabo nos Balcãs?



A economia americana, depois de nove anos consecutivos em crescimento, dá sinais de abrandamento. Mas nada de preocupante e certamente que aquele que é um dos motores do mundo continuará a carburar. No entanto, porque ali não se brinca, Alan Greenspan, o todo poderoso presidente da reserva federal, decidiu aumentar as taxas de juro em meio por cento, o que os especialistas designam como uma terapia de choque.



Fim-de-semana caseiro que tão bem retemperou as forças para mais uma série de intensas jornadas de trabalho.


Até houve cinema na despedida desta tarde.
Eu e a Luísa vimos “Uma Mão Cheia de Surpresas”, filme de um realizador desconhecido mas que conta com um bom naipe de actores, entre os quais Woody Allen.
É uma divertida comédia que parodia este mundo iconoclasta em que vivemos.

Numa escala de zero a vinte atribuímos-lhe catorze valores.



E eu aproveitei para adiantar a compilação de “Um Acto de Cidadania”



Esperemos que seja amanhã o início do segundo período.

Alhos Vedros
01/01/07
Luís F. de A. Gomes