2007-03-22

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Em casa, nós fazemos a separação dos lixos.
Há dois ou três anos que no concelho existem contentores diferenciados para os diversos tipos de desperdícios e, em conformidade, nós passámos a separar os vidros das embalagens e todos estes do papel, isto para além do contingente geral que leva a amálgama do restante, ainda com a excepção das pilhas que têm a privacidade de um compartimento só para elas.
Não nos custa nada proceder à divisão por sacos diversos, o que acontece no acto do abandono daquilo que já cumpriu tudo aquilo que pudesse cumprir.
E depois sabemos o quanto a reciclagem é importante, a par do tratamento dos lixos. Quer em termos de limpeza ambiental, quer na poupança aos níveis da energia e obtenção de matéria-prima, o futuro das civilizações passará obviamente por aí.

E tanto a Margarida com a Matilde têm sido ensinadas a fazer o mesmo, tendo nós o cuidado de lhes explicar porque o devem fazer.
Nem mesmo nos ficamos por aí e educamo-las no sentido de procurarem evitar o desperdício de energia ou de bens raros e ameaçados, como é o caso da água potável. Quando a Margarida se demora nos banhos, tentamos que ela compreenda a necessidade de gastarmos o precioso líquido da forma mais inteligente possível.
E ainda há pouco, depois de beber a água de uma garrafa de plástico, a Matilde depositou a carcaça no saco respectivo.

Fiquei todo satisfeito ao presenciar a cena.


Mas a educação ambiental começa precisamente assim, na família, como parte integrante da formação pessoal, para que mais tarde não tenhamos apenas indivíduos despertos para os problemas do meio ambiente, mas sim pessoas para quem as preocupações com os equilíbrios ecológicos sejam tão naturais e assumidas como aquelas que temos com a limpeza dos lares em que vivemos.

Tenho para mim que isso acontecerá com as minhas queridas filhas.



Chove.
Esta tarde houve uma rajada de granizo.



De manhã os alunos fizeram cópias de frases e palavras a partir do quadro, claro está, de derivados da uva, termo que aprenderam no dia anterior.
À tarde realizaram uma ficha sobre o mesmo tema.



E eu no meio de uma semana de chumbo, ainda encontrei espaço para a leitura.
Acabei um livro sobre as indústrias de cultura e o seu impacto na globalização no sentido de uma universalização de certas padronizações culturais. (1)
Infelizmente, a tradução é péssima e a revisão pior. Não se limitando a dificultar a leitura, fico com a sensação de que aqui e ali gera ruído sobre as mensagens do Autor.



Continua a ruir a muralha de Santarém.
É o Portugal puro e duro.

Malditas chuvadas.

__________
(1) Warnier, Jean Pierre
A MUNDIALIZAÇÃO DA CULTURA

Alhos Vedros
01/01/11
Luís F. de A. Gomes

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Warnier, Jean Pierre- A MUNDIALIZAÇÃO DA CULTURA
Tradução de Luís Filipe Sarmento
Revisão de M. Manuela Vieira Constantino
Editorial Notícias (1ª. Edição), Lisboa, 2000