2007-04-04

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

O FUTEBOL FAZ BEM ÀS PERNAS E AO ESPÍRITO
Bem, hoje foi noite de futebol.
Poucos minutos antes do primeiro golo calhou reparar na transmissão televisiva e, depois, por inércia e, provavelmente, como resposta ao cansaço, deixei-me ficar e acabei por me estender no sofá.
Não posso dizer que tenha sido um jogo muito bem disputado mas teve alguns momentos de bom futebol, com troca rápida de bola, passes longos e em profundidade para boas desmarcações ou antecipações dos avançados sobre os defesas. E diga-se em abono da verdade que tanto por parte de uma equipa como da outra, no que se constitui uma curiosidade, pois o Sporting recebia um team da segunda divisão que ali se bateu de igual para igual. Depois os golos e as reviravoltas no resultado conferiram a emoção que, na maior parte do tempo, os lances não tinham. E ainda com os condimentos de um penaltie falhado e duas bolas na trave, sem esquecer a gargalhada que foi Beto Acosta, a dois metros da linha fatal e sem ninguém à sua frente, rematar em sentido oposto.

Por fim, os madeirenses do Nacional mereceram o empate.


Mas o futebol caseiro anda mesmo pelas ruas da amargura. Continuam a ser em grande número as disputas em que os avançados se preocupam mais em cair para a falta do que em rematar à baliza e os defesas teimam em acreditar que se impedem os raids dos adversários com todo o corpo e não apenas com os pés ou a cabeça.

E os comentadores desportivos ajudam à festa. Se lhes falarmos na pertinência de atitudes pedagógicas, sequer se mostram capazes de entenderem de que falamos.
Ainda hoje, perante o terceiro golo do Sporting, em vez de destacarem o bonito da jogada em que, em corrida, o armador, com um toque intencional de calcanhar, colocou a bola no espaço vazio das costas dos defesas, na grande área, e a partir de uma corrida em diagonal, o avançado antecipou-se e rematou de primeira, levando o esférico a anichar-se nas malhas do canto oposto, no fundo da baliza, em face disto, dizia, aquelas cabecinhas começaram a discutir, em acto contínuo, se tinha havido alguma irregularidade.

A isto se chama um trabalho profissional, very professional.



De manhã, os alunos fizeram uma ficha de exercícios com frases e à tarde, aqueles que se despacharam a tempo, realizaram um desenho que a Margarida guardou numa capa de papelão que eu lhe dei.

Com trabalho para casa, a execução de palavras a partir das sílabas de uma pequena lista de outras.



À medida que as horas passam e se começa a olhar em redor, aumenta o número de mortos da catástrofe sísmica que deixou um pai pobre como El Salvador em ruínas.



A Margarida ainda anda um tanto ou quanto febril.
Quando foi para a cama queixou-se com frio.


Esperemos que nuvens dispersem
e depressa.

Alhos Vedros
01/01/16
Luís F. de A. Gomes