2007-04-22

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

AFINAL AINDA NÃOCHEGARAM AS ANDORINHAS

Esta tarde cheguei a casa tolhido de cansaço, cheio de vontade de me estender no sofá e simplesmente repousar.
Mas não se pode fugir às responsabilidades e devemos ter a presença de espírito para superarmos os escolhos da fadiga, ao compreendermos que há tarefas incontornáveis pelo que resta saber organizar as coisas de forma que possamos minimizar os esforços e ainda ao mantermos um canal aberto para aceitarmos que há riscos de trabalhos suplementares que temos que correr no decurso do crescimento dos filhos se quisermos respeitar-lhes a liberdade necessária para que eles se vão fazendo gente.
Por muito que nos custe, a paternidade pressupõe que saibamos conviver com estes imprevistos.

Foi o que aconteceu ainda há pouco, quando a Matilde sujou as mãos com as aguarelas e, no intuito de resolver o problema, acabou por estender o desarranjo a uma das casas de banho.

E o pai lá teve que saber resolver a situação, explicando como ela deveria ter feito e sem exaltações que, para além de desnecessárias, em nada contribuiriam para a limpeza do lavatório.



Já o mesmo não se pode dizer da algazarra que anda no ar em torno do fim da parceria que chegou a estar apalavrada entre a TAP e a Swiss Air que, por via disso, beneficiou da logística dos portugueses em vários aeroportos internacionais e teve ainda o acesso à carteira de clientes da transportadora nacional.
Espanta é que nunca tivesse havido um contrato assinado e tudo tenha ficado pelas negociações entre administrações.

E agora os suíços retiram-se e por cá chuchasse no dedo, com milhões e milhões de dívida e uma situação em que não há dinheiro para pagar salários.

Mas vamos construir um novo aeroporto.



Hoje os alunos aprenderam um novo número, o sete, e o dia foi-lhe dedicado com a solução de fichas e exercícios e ainda pelo conteúdo do trabalho para casa.



Mas na ribalta estão as salas de chuto, espaços onde os toxicodependentes poderão usufruir de condições higiénicas para se injectarem em segurança.

Confesso que tenho algumas reservas em relação à medida, desde logo pelo acto de o consumo de drogas ser proibido e punido pela lei.

Então o estado vai abrir casa para que se utilizem substancias que ele próprio classifica como ilegais?



Afinal ainda não vi andorinhas, o que, no caso, melhor seria dizer que ainda não ouvi qualquer daquelas avezinhas.

Neste último Sábado, enquanto esperava a Luísa, apercebi-me que a passarada que escutei, numa das manhãs da semana anterior, seriam, provavelmente, pardais que se aproveitaram dos ninhos abandonados para se protegerem da chuva.
O cero é que nessa tarde, aquelas casinhas de lama estavam desertas.



Mas com o Sol destes dias, há plátanos que se vão enchendo de penugem.
Estamos a meio caminho da Primavera.

Alhos Vedros
01/02/01
Luís F. de A. Gomes