2007-05-01


4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Esse grafitti aí do lado esquerdo da imagem é que está a destoar. Pelos vistos não é só por cá que se assistem a actos dessa natureza. Vandalismo puro.
Não tenho vindo porque notei ter companhia. Os fantasminhas só andam em casas abandonadas e gostam pouco de falar. Só gostam que saibam que existem.

Boa noite Luís, a minha presença é quase invisível, reparou?

Ela

23:55  
Blogger o clube said...

Ai que susto, já tinha sentido um qualquer sopro de insólito e sobrenatural e depois em ruas destas, dessertas e tudo, ele havia qualquer coisa que inexplicavelmente tendia para causar arrepio um huhuhuhuhu nqualquer pelo ar mas é claro, como poderia ser diferente e aí eu logo vi que eras tu e como estás a ver dei logo contigo, Fantasminha amigo e é claro que o sorriso voltou para serenar a inquietação da probabilidade de um susto.
Olá!
Se já tinha dado pela tua falta? Claro, com a honrosa excepção da minha amiga Zara e ela faz o favor de ir aparecendo, só tu Fantasma é que tens paciência para passar por aqui e dia em que não assombres este espaço é logo notado. Mas não faz mal e voltas quando te apetecer, afinal como poderíamos dar ordens a um Fantasma, não é? E depois gosto de te ver e olha que não é por até considerar que já me ofereceste coisas muitíssimo bonitas e agradáveis, Fantasminha. Acredita que é mais pela companhia, se queres que te diga com toda a sinceramente, é mesmo só pela companhia. Mas fazes bem em desaparecer, de outra forma que Fantasma serias tu? Fantasme que se preze aparece e desapareze. Gostaste?
Sendo assim já percebeste, se perguntas se senti a tua falta, também, mas não quero que voltes a não ser quando te apetece pois é assim que deve ser.
Mas deixa que te diga uma coisa Fantasminha. Claro que não tens que gostar de falar, mas olha que a minha amiga Zara não se sentiria incomodada se te metesses nas conversas. Somos mesmo muito bons amigos e conhecemo-nos muitíssimo bem. Se ela lê isto farta-se de rir e telefona-me a dizer que eu sou doido mas não importa, digo-te que ela é uma pessoa muitíssimo inteligente e com uma cultura que não é mesmo nada comum nas pessoas com que nos cruzamos no dia a dia. Mas é muitíssimo interessante e por acaso até nem gosta muito de falar -apesar de por vezes conversarmos longas horas um com outro sobre determinados assuntos em que gostamos de nos consultar reciprocamente ou em que recorremos aos conhecimentos um do outro- e só vem aqui porque lhe pedi -encarecidamente, devo dizer- e não tenho dúvidas que o faz por mera simpatia para comigo. Não é género de pessoa de se perder nestes universos e tem uma vida muitíssimo ocupada. Mas acho que ela teria muito a dizer por exemplo sobre as ofertas que o gentil Fantasma me fez. Seja como for Fantasminha, nunca seja por me veres ocupado que deixes de me enviar o teu sopro assustador.
Caramba Fantasma, já te estou a empatar muito mais do que devia, mas calhou assim.
Ora quanto ao grafitti, é isso Fatasminha, é uma pena, mas há sempre aqueles que não são capazes de ver o encanto do mundo em que vivem e vai de estragar. E o recanto é encantador, pena que eu não seja capaz de fotografias bem feitas mas émuito bonito, na realidade.
Bem, não te incomodo mais Fantasminha, até um dia destes. Saúde para a família e para ti o melhor.
Os fantasmas dormem? Se sim, uma muito boa noite com sonhos bonitos, fantasmagóricos mas bonitos.
Tudo de bom, Fantasma

Luís

00:33  
Anonymous Anónimo said...

Claro que dormem. Para que serve a eternidade? Para se fazer tudo o resto, está visto! Ou melhor, ver. Porque fazer eu não faço nada. Só assusto.
Gosto de vir aqui ler os ecos do passado, um passado que também já foi meu. Dispenso as discussões teológicas, filosóficas, políticas. Nada disso cabe no meu mundo. Alheei-me propositadamente. Por isso veguei entre um mundo e outro.

Deixo-te um BUUUUUUU muito grande e um poema com os sons que me acompanham. Nada digno de registo como os que tenho por aqui deixado mas mesmo assim , poesia. Nós é que a conotamos por preconceito em menor ou maior.

O fantasma e o vento

Pétalas sem cor
e sem perfume
da rosa
morta no ventre
da fantasia.

E no jardim
d’inesperado outono
ao sabor do vento
que passa leve
com passos de brisa
e sobre o chão
revolve os restos
do que foi sonho
há solidão.

E o vento diz
que ali um dia
houve uma rosa
que era a primeira,
tão grande e bela
mas só o projeto
que conheceu
no curto tempo
da duração
de ser botão.

E que ainda assim,
no tal jardim há o fantasma
de certo homem
que tenta em vão
compor com as pétalas
da rosa morta
o que foi sonho
de abrir-se ao mundo.

E que sempre fala
com a insistência
dos tresloucados
da morte inglória
do tal botão.
E em seus delírios
nas noites claras
chora a dor
da fantasia
que o enganou.

De um Luiz (Nogueira Barros) para outro Luís

Ela

14:48  
Blogger o clube said...

Tal e qual Fantasminha amigo, não há poesia maior e menor, há poesia e nós podemos ou não gostar dela, mas o resto são discussões técnicas e afirmações que se incluem no domínio do opinativo e por isso basta que nos limitemos a gostar ou não. Que me dizes Fantasminha?
Este poema é muitíssimo bonito, triste mas bonito. Para quem só assusta com poesia e música tão bela e não faz nada... Companheiro, deixa que te diga que muito me dás e sinceramente não sei porquê mas também não tenho que saber e pouco me importa. Só tenho mesmo que agradecer-te e tenho-o feito, não tenho? E dentro do possível retribuir-te, com a minha falta de jeito mas ainda assim, pelo menos tratar-te cordialmente e tenho-o o feito, não tenho? E já te disso que me agradam as tuas visitas e não me interessa que dispenses "(...) as discussões teológicas, filosóficas, políticas." Não concordas que seria totalitário se alguém pensasse que toda e qualquer pessoa deveria ou teria que gostar de o fazer? Logo como poderia deixar de te respeitar no que és e no que preferes? Seria uma tontice. E afinal até tens gostos muito delicados e que nos dão que pensar e olha que aos níveis que te enfastiam. E alegra-me que gostes "(...) de vir aqui ler os ecos do passado (...)" que até nem é muito distante. É giro confrontar certos aspectos da actualidade com os sinais que então os anunciavam sem que então o percebessemos, não é?
Mas voltando à poesia e para não te aborrecer, Fantasminha.
O segundo verso é um pequeno quadro, não é? Tenta projectar a imagem que ele te dá; cria um jardim, podes pintá-lo como mais te agradar, mas nele vês apenas a deriva hesitante de folhas secas, se ligares o som, escutas, ouves o ranger que elas fazem sobre o chão. O desencanto de um amor que se perdeu é isso mesmo, um jardim onde só o vento traz as palavras do movimento e que assim fica até que a erosão o remeta para o esquecimento do que jamais será lembrado.
Ena fantasma, visões elevadas heim? Mas o amor tem tantas e tantas facetas e tantas formas de se mostrar e manifestar que, na minha mais que modesta opinião, só vale a pena que os poetas o cantem para o louvar. Puuuummmmm! Um estrondo que até a ti assuste, Fantasma, o amor é fogo de artifício, Fantasminha é um ópio a que nos entregamos de live vontade e consegue ser ainda mais fantástico que o peyote mais potente que possamos imaginar e com a infinita vantagem de não alterar a saúde do nosso organismo físico. De maneira que, Fantasma amigo, pobres daqueles que desconhecem o que é voar quando as ruas estão cheias de gente. Mas pronto, como disse o amor manifesta-se de modos tão inesperados.
Já percebi que gostas de ler. Só posso concluir que foste tu que me ofereceste um poema de Schiller, não é verdade? Pois bem, não sei se já leste "Travesuras De La Niña Mala", de Mário Vargas Llosa, uma obra-prima. Parece-me que já existe a tradução portuguesa. Se tiveres oportunidade lê que é lindo, lindo, lindo. Se gostas deste poema, como me parece ser o caso, lê a niña mala e vais ver como o amor pode ser tão surpreendente.
Luiz é o teu nome?

Bem, não te incomodo mais, desejo-te uma noite cheia... Imagina um jardim florido e que na mão de pérola colocarás o grão encantado que construiste ao longo de uma vida e depois diz-lhe serenamente que maravilhe e vais ver que brotarão num jardim multiplicado de arco-iris que os envolvem e atapetado de cores que mudam à medida dos vossos desejos. Dá-lhe a mão e basta um sorriso para que ela perceba o quanto o mesmo nada mais quer que ser dela, sem nada pedir em troca, mesmo sem nada querer em troca. Esse teu sorriso é o amor.

Tudo de bom, Fantasminha

Luís

23:37  

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