2007-06-10

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Passam hoje vinte e cinco anos sobre o dia da aprovação da constituição portuguesa. Exagerada no plano económico, é certo que as circunstâncias –o mesmo é dizer a pobreza dos portugueses- assim o impunham, foi, contudo, um documento suficientemente flexível para possibilitar a continuidade e o amadurecimento do regime em que vivemos; sem ela, jamais teríamos chegado a entrar na Comunidade Económica Europeia pois o mais certo teria sido o nosso regresso a um qualquer totalitarismo. Depois, à medida que a poeira do impacto revolucionário foi caindo para que os pés a calassem, foi aquela se despindo das incompatibilidades económicas com o mercado livre, para ficar um documento pelo qual não vem mal a uma sociedade aberta.
Faz hoje vinte e cinco anos que aquela cerimónia deixou o sorriso de um Cunhal confiante para a fotografia, mas também deixou a porta entre aberta para que fossem outros os últimos a rir.



Mau, a inflação homóloga, neste momento, anda à volta dos cinco por cento. Esperemos que isto seja devido ao aumento dos preços dos combustíveis que, no ano passado, por esta altura, estavam congelados.



Hoje os alunos aprenderam uma nova palavra, chave. E houve exercícios e jogos em torno da mesma, assim como a realização de uma ficha.



E eu terminei a leitura da “História Religiosa de Portugal”.
Os temas são geralmente mais interessantes do que a forma como foram tratados em muitos dos ensaios que compõem o primeiro volume do empreendimento.
Mas é uma obra a ler de fio a pavio se bem que dela sobressaia a pobreza em que ainda se encontra a investigação histórica desta temática, entre nós. Até parece que o catolicismo foi matriz única na cultura portuguesa, embora seja curial sublinhar a arquivística local que, de Norte a Sul, permanece, por enquanto, terra inculta.

Nota abonatória para o conjunto éo facto de cumulativamente aos tomos narrativos se juntarem outros em que se publica um dicionário sobre o assunto em geral.



Ontem, a Margarida escreveu uma história sozinha e sem erros de ortografia.



Eu é que não acho nada bem que os Estados Unidos tenham desbloqueado uma ajuda de muitos milhões de dólares à Jugoslávia na sequência da prisão de Milosevic.
Até parece que o novo poder só agiu sob o efeito da cenoura.

É mais um tiro no pé destes tempos de democracia sem convicções.
O que o povo jugoslavo mais necessita é de começar a construir, consolidar e estimar um estado de direito.


Mas o mundo é mesmo esta lentidão sem rumo que de vez em quando se ilumina.

Alhos Vedros
01/04/02
Luís F. de A. Gomes


CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

Azevedo, Carlos Moreira (Sob direcção de)
- HISTÓRIA RELIGIOSA DE PORTUGAL, VOL. 1
“FORMAÇÃO E LIMITES DA CRISTANDADE”
Círculo de Leitores (1ª. Edição), Lisboa, 2000
-DICIONÁRIO DDE HISTÓRIA RELIGIOSA DE PORTUGAL (A-C)
Círculo de Leitores (1ª. Edição), Lisboa, 2000