2007-06-18

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

As autoridades do Benin pediram auxílio internacional para que se localize um navio em que supostamente estão em trânsito duzentas e cinquenta crianças que terão sido vendidas, pelos respectivos pais, como escravas.

Pior é a suspeita que o capitão do barco, para apagar as provas, possa ter atirado os infelizes à água.

Que mundo tão estranho aquele em que vivemos, onde a desgraça obriga humanos a condenarem os seus mais próximos à pior das submissões que se pode imaginar para alguém. E logo o futuro, meu Deus, como se a certeza no amanhã nada tivesse para além da morte.


Não será este mais um dos sinais da nova idade das trevas que se anuncia sob tantas formas?



Alheias a este infortúnio estão as minhas queridas filhas que crescem no afago companheiro de quem lhes quer bem.


A Matilde, à semelhança do que aconteceu na semana passada com a irmã, passou o dia com a mãe, no local de trabalho.

E voltou cheia de novidades e das aplicações da prenda pecuniária que a madrinha, a mãe da Luísa, lhe ofereceu.


Por sua vez, a mais velha passou o dia em casa dos avós paternos.

Não é que ela fez um livrinho de jogos, em folhas A4, com problemas que ela própria inventou?
É impressionante como esta criança é capaz de aplicar os conhecimentos que vai adquirindo na escola.

Deus seja louvado.

E permanece mergulhada no espanto das primeiras letras.
Já nos habituámos a que ela nos pergunte como se escreve esta e aquela palavra, ainda que seja mais verdadeiro dizer que ela procura confirmar se o modo como acha que se faz a grafação está certo ou não. E geralmente é isso que acontece.
Mas hoje, tem chegado ao ponto de repetir certas expressões que ouve, traduzindo-as logo pelos símbolos das respectivas leituras.

“-Acho. A, c, agá, o. Está certo, não está mãe?”



Os chineses libertaram os pilotos norte-americanos.
Estou convencido que outro desfecho não seria de esperar, mas pode dizer-se que a nova administração, em Washington, se saiu bem deste imbróglio.
No entanto, as relações entre os dois países ficaram mais tensas e no império do meio cresce a consciência de que a China é uma potência indispensável ao equilíbrio geo-político mundial.



E agora vou voltar para o desenlace do périplo de Baldassare.

Alhos Vedros
01/04/16
Luís F. de A. Gomes