2007-08-08

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Hoje recebi uma triste notícia quando regressei do escritório.
Faleceu a Senhora Palmira, de velhice e excesso de gordura no coração.
Até que se reformou serviu em casa dos meus por muito longos e bons anos. Viu-me crescer e fazer-me homem e não erro se disser que sempre gostou de mim. Afinal, era ela a responsável pelo meu bem estar sempre que os meus pais se ausentassem e recordo com ternura como ela se esmerava para que tudo me corresse bem, especialmente quando eu, já aluno universitário, não seguia com a família para a casa de praia para que pudesse dar conta das responsabilidades académicas.
Mas também era a mãe da Bélinha de quem eu me fiz grande amigo à medida que a vida nos foi conduzindo para o estado de adultos, de tal maneira que sem qualquer exagero a considero a pessoa a quem me une a mais sólida e indestrutível amizade.

E agora só posso recordar com saudade quem sempre me tratou por menino Luísinho, nunca se esquecendo de estender o carinho à minha mulher e às minhas filhas.

Deus guarde a sua alma e lhe ofereça finalmente a paz que a vida madrasta teimou em lhe regatear.



O Ministro das Finanças fez um diagnóstico do estado da justiça e da saúde em Portugal e acusa a administração pública de funcionar mal e de modo despiciendo. Fala de laxismo e despesismo como a regra dos Governos nos últimos vinte e cinco anos.
Obviamente, no meio da palhaçada em que vivemos, não se demite, nem será demitido.
Mas cá para mim, mais não é isto que o preparar dos dias em que se verá arredado do barco.



Esta manhã continuaram os exercícios em torno da nova palavra. Os alunos fizeram cópias de vocábulos que depois dividiam em sílabas com as quais deveriam escrever novas palavras e, a partir delas, elaborar frases coerente.
Depois do almoço houve ditado e leitura.



E a Margarida leu um parágrafo de um dos contos do Herman Hess cujo significado interpretou fácil e correctamente.
Fico espantado com o domínio que ela vai revelando da aprendizagem.



Agora que acabei de ajeitar o cobertor da Matilde, aqui me despeço, até amanhã.

Alhos Vedros
01/05/17
Luís F. de A. Gomes