2007-08-15

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Lembram-se de Daniel Campelo, o deputado do Partido Popular e simultaneamente Presidente da Câmara de Ponte de Lima que votou o último orçamento de estado em troca de benefícios para a indústria de queijo da terra?
Sancionado disciplinarmente pela força política a que pertence que lhe retirou o apoio para eventual recandidatura à edilidade limiana, prepara-se para concorrer eleitoralmente como independente, sendo alvo da cobiça dos outros partidos concorrentes e até se antevê o cenário em que os socialistas desistam da sua própria candidatura a favor do voto em caixa.

A farsa já deu definitivamente lugar à miragem. Estou a falar da democracia em Portugal.



Voltamos ao medo de sermos nós
aqui em Portugal desgraçado
onde p’ra falar não temos voz
com o cérebro sempre acorrentado.



Amanhã haverá nova reunião da associação de pais que já tem o processo do pedido de número de pessoa colectiva resolvido.
Seguidamente far-se-ão publicar os estatutos no “Diário da República” e teremos a legalização do organismo concluído que assim passará a ser u corpo de pleno direito.


Em contrapartida, a escola foi objecto de assalto na última madrugada. Os amigos do alheio levaram um vídeo da pré-primária.

É assim, enquanto uns remam, há outros que disparam.



Esta manhã os alunos receberam a visita de polícias que lhes foram falar da sua profissão, mas também lhes deram conselhos úteis para uma maior segurança. Desde as banais alusões à necessidade de evitar aceitar algo de estranhos, destacadamente no que respeita às boleias, à menos vulgar indicação para que as crianças não façam a sós os percursos entre as respectivas residências e a escola, vários foram os items em que se constituiu a lição securitária.

É bom que estes encontros se dêem. Penso até que se deveriam estender a outras profissões. Mas no caso particular das forças policiais, creio que podem servir para que se crie o hábito mental de ver e entender aquelas como garantes das liberdades de cidadania e isto de para ambas as partes.

Seja como for, não posso deixar de me arrepiar com a importância de se educar as crianças para se saberem proteger de potenciais perigos criminais.
É que infelizmente também estamos a criar alicerces para uma sociedade do medo.


E no resto do dia escolar, aprendeu-se uma nova palavra, palhaço, a respeito da qual se fizeram fichas e passaram trabalhos para casa.



Parece que desta é que é de vez.
Os portugueses reféns da FLEC-Renovada, em Cabinda, serão libertados e brevemente regressarão para junto dos seus familiares.

Graças a Deus, todos estão bem.



E no que resta da noite vou regressar à leitura dos contos de Luísa Costa Gomes.

Alhos Vedros
01/05/23
Luís F. de A. Gomes