2007-08-26

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

A República da Irlanda foi hoje a votos para referendar, além de uma terceira opção, a pena de morte e o Tratado de Nice. Sobre este último item, é o único país da União que o fez.

Quanto à primeira questão oxalá os irlandeses optem pela sua abolição.
A infinita dignidade com que os humanos nascem pela graça de Deus, seria o bastante para não aceitarmos que a justiça dos homens interfira a um nível tão irremediável numa obra que advém dos Seus mistérios.
Mas também por uma questão que se prende com a nossa condição de simples seres sujeitos ao erro que está implícito à nossa liberdade de escolhermos entre um outro caminho em que sempre está em aberto a possibilidade de errarmos. Por natureza, em tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos estamos sujeitos ao erro.
Pois bem, no caso da execução da pena capital, abdicamos por completo da hipótese de emendarmos uma decisão que poderia vir a revelar-se falha de acerto. Quer dizer, sujeitamo-nos a condenar inocentes a quem, obviamente, jamais poderemos restituir a maravilha de estar vivo.
E para quem tenha por adquirido que somos infinitamente dignos, tal é, de todo, inconcebível.
Por muitas certezas que tenhamos quanto à culpa dos criminosos, a simples possibilidade de matarmos um inocente deveria ser o bastante para recusarmos a sentença em causa.


Também a minha resposta ao segundo problema seria negativa.
Não me parece que o federalismo seja uma boa solução para a União. Continuo a pensar que deveríamos ter o bom senso dos pequenos passos, o mesmo é dizer dar tempo ao tempo.
A integração económica, com o que ela implica de liberdade de circulação das mercadorias e das pessoas, essa sim seria a melhor via para que os povos se reconhecessem e misturassem. Sem isso jamais haverá uma pátria europeia. Mas igualmente aquela acarretaria, à medida do seu aprofundamento, a necessidade de que aparecessem outras instituições que são a base dos estados, sejam eles federado sou não e sobretudo se o forem. Estou a referir-me a defesa comum e a políticas externas comuns, o que estamos muito longe de vislumbrarmos no horizonte das possibilidades da actual União.
Desta forma, como têm sido feitas as coisas, ao arrepio dos eleitores e por vontade de gente que, à semelhança de Monsieur Dellors, parece ter pelas eleições o gosto que os gatos manifestam pela água, assim é que me parece que poderemos um dia vir a ter um estado europeu mas não, provavelmente, uma democracia nesse espaço.

Nesse caso, permaneceremos sempre no limiar de uma guerra e nós, os simples que amam a liberdade, não queremos isso, pois não?
Nem mesmo de barriga cheia.


Esperemos que os irlandeses nos dêem um bom exemplo.



E do outro lado do mar, os trabalhistas de Tony Blair voltarão a dispor de uma maioria confortável no Parlamento.
Será a continuidade das políticas sorridentes de uma terceira via que nada trouxe de novo, but a room fool of words.



Hoje os alunos voltaram a fazer exercícios em torno da nova palavra aprendida.
No turno da tarde debruçaram-se sobre matemática, a respeito do que versou o trabalho para casa.



Óscar Nimeyer, o arquitecto que inventou Brasília num planalto semi-árido, diz que a arquitectura é, para ele, um passatempo já que é pouco importante, não transforma nem serve para melhorar coisa nenhuma. O que importa são os homens, a amizade, a solidariedade para com os mais pobres e os mais fracos. É isso o que conta para quem acha que a modéstia é uma dos atributos mais importantes do carácter de um ser. Com efeito, vê o seu papel na arquitectura brasileira como o resultado de uma oportunidade.

Assim falam os sábios.



Ai que mimos tive dos meus anjinhos, depois de duas noites consecutivas em que me vi impossibilitado de lhes dar o beijo das boas noites.

É tão leve a felicidade.

Alhos Vedros
01/06/07
Luís F. de A. Gomes

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá Luís

Que frase linda:

"É tão leve a felicidade"

depois dos mimos das filhas


Beijinho

23:00  
Blogger o clube said...

E é, não é Marta? Plumas, somos plumas planantes, no infinito.

Beijinho
Luís

21:46  

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