O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA
O QUEIJO LIMIANO
Para uma manhã de chuva nada melhor que uma tarde de Sol para que sorria o azul que as nuvens lavaram.
Mas com a mudança da hora, são já as luzes públicas que se reflectem no espelho líquido do esteiro.
Um tribunal de primeira instância corrigiu uma sentença anterior do tribunal cível e deu razão ao Benfica no caso que opõe à Olivedesportos quanto à denúncia da nulidade dos contratos que esta empresa firmou com o clube, ao tempo da direcção de Manuel Damásio. A ser assim, está ganha aquela que foi a principal batalha da gestão anterior e que, afinal, espoletou toda a carga da calúnia e desinformação de que, a partir de então, foi alvo. Mais importante é o facto de o Benfica se ver livre do espartilho que impunha a sua subordinação aos interesses daquele tão estranho corpo do universo futebolístico e de isso constituir um precedente para que outros clubes façam o mesmo o que, levado ao limite, poderá por um travão no nefasto abraço com que obscuros poderes têm atirado o futebol nacional para o pântano em que actualmente se encontra e que fica, irreversivelmente, na cauda do desporto-rei da Europa; na realidade, o polvo reagirá e, para já, veremos a cobertura que os media darão ao evento. Tenho a certeza que os dirigentes benfiquistas que enfrentaram o monstro não terão, nem de perto nem de longe, o mesmo destaque que tiveram os seus críticos quando solicitados a comentarem boatos, afirmações improvadas, hipóteses, mesmo as mais mirabolantes e até as mais reles aldrabices e toda uma parafernália de questão de mais pura lana-caprina. O mais certo é que tudo permaneça como até aqui e o público continue arredado dos estádios, palco de resultados que dificilmente se livram da aparência de mãozinhas exteriores às duas equipes que se batem nos relvados.
O tempo começa a dar razão aos benfiquistas que então votaram pela mudança.
E já que estamos em maré desportiva há que recordar a boa prestação dos atletas portugueses nos Jogos Paralímpicos de Sidney, com a conquista de mais de uma dúzia de medalhas, algumas de ouro e de prata.
Pois eu digo que longe das pressões mediáticas que só geram artificiais vontades de vencer, os nossos desportistas, fortes de tal decisão e em resultado de árduo e honesto trabalho, foram capazes de se superarem e inscreverem os seus nomes nos pódios da glória.
Ainda bem que o nosso jornalismozinho deixou que todo o processo lhe tenha passado ao jeito das coisas sem relevo.
E no entanto estamos perante excelentes exemplos de coragem humana.
Palpita-me que a Margarida gostou bastante de ter toda a casa à inteira disposição de um dia de brincadeiras.
No regresso do trabalho, encontrei o robe dela e uma almofada na caixa da minha secretária.
E a ETA continua a querer impor a sua vontade através do terror.
Com a morte de mais um juiz e respectivo motorista, a explosão ainda destruiu e incendiou um autocarro provocando dezenas de feridos, alguns em estado grave.
Na passada segunda-feira, em Madrid, onde os homicídios tiveram lugar, a população saiu à rua em protesto e para dizer não ao terrorismo que, bem mais complexo que uma acção puramente basca, não deixará de matar.
Vão lá à Líbia e ao Iraque a ver se não encontrarão etarras em treino.
O mal é que a internacional negra sempre procurará manter as sociedades abertas sob a tensão da violência.
É no caos que os fascismos se revigoram.
É tal e qual como Pacheco Pereira sublinha no seu artigo de opinião que hoje saiu no “Público” e que, afinal, eu já aqui defendi há uns dias.
Israel é uma sociedade democrática, coisa que a Palestina autónoma não é, como também não são a totalidade dos países árabes seus inimigos.
A ministra da saúde propõe-se legislar a proibição da venda de álcool a menores de dezoito anos.
No país em que a discoteca é a principal diversão dos adolescentes, ora aqui está uma medida que, mais que merecer o levantar do chapéu, surtirá um efeito pedagógico que rapidamente elevará a perspectiva de vida futura da nossa juventude.
Assim se conhece
a sabedoria do PS
Entretanto os médicos da direcção da urgência do hospital de Faro, dadas as condições de trabalho, demitiram-se em bloco.
Então e não é que a Matilde, após o jantar, pediu para telefonar à Natália –uma amiga da Luísa que lhe ofereceu uns chocolates numa ocasião em que jantou em nossa casa- para lhe pedir um pacote de smarties?
É claro que eu brincalhão, tratei de lhe fazer a vontade.
E em face do atendedor de chamadas, ela e a Margarida –então não havia este cromo de se juntar à paródia?- não se fizeram rogadas e deixaram o pedido como mensagem.
“-Oh pai, eu hoje voltei a dar um mortal, só que mais difícil.” –Disse a Margarida após a sessão de ginástica. “-A professora nem me tocou com um dedo. Fiz tudo sozinha.”
E o pai, entre o espanto e a aceleração cardíaca, mas cheio de orgulho e encantamento, lá encontrou motivo para sorrir, satisfeito.
O deputado do PP por Viana de Castelo, o Engenheiro Daniel Campelo, perante as contrapartidas para o seu distrito e o queijo limiano –no qual terá interesses pessoais?- viabilizará o próximo orçamento de estado.
Uf! Terá feito a nossa Assembleia da República que a última coisa que pretendia, neste momento, seriam as eleições antecipadas.
E a histeria em torno da expulsão parlamentar do partido e respectivo grupo, naquele hemiciclo, não passa de poeira para esconder a descompressão dos rostos contentes por continuarem no lugar em que, por enquanto, estão.
Esperemos pela novela que terá início na próxima segunda-feira.
Lembram-se dos Weather Report?
Pois então apertem os cintos que vamos deambular pelos voos que os olhos fazem quando se fecham.
__________
(1) Pacheco Pereira, José, p. 9
AS METRALHADORAS DE JEOVÁ E AS PEDRAS DE ALÁ
Alhos Vedros
00/11/02
Luís F. de A. Gomes
Citação Bibliográfica
Pacheco Pereira, José- AS METRALHADORAS DE JEOVÁ E AS PEDRAS DE ALÁ
In “Público”, nº. 3882, de 00/11/02
Mas com a mudança da hora, são já as luzes públicas que se reflectem no espelho líquido do esteiro.
Um tribunal de primeira instância corrigiu uma sentença anterior do tribunal cível e deu razão ao Benfica no caso que opõe à Olivedesportos quanto à denúncia da nulidade dos contratos que esta empresa firmou com o clube, ao tempo da direcção de Manuel Damásio. A ser assim, está ganha aquela que foi a principal batalha da gestão anterior e que, afinal, espoletou toda a carga da calúnia e desinformação de que, a partir de então, foi alvo. Mais importante é o facto de o Benfica se ver livre do espartilho que impunha a sua subordinação aos interesses daquele tão estranho corpo do universo futebolístico e de isso constituir um precedente para que outros clubes façam o mesmo o que, levado ao limite, poderá por um travão no nefasto abraço com que obscuros poderes têm atirado o futebol nacional para o pântano em que actualmente se encontra e que fica, irreversivelmente, na cauda do desporto-rei da Europa; na realidade, o polvo reagirá e, para já, veremos a cobertura que os media darão ao evento. Tenho a certeza que os dirigentes benfiquistas que enfrentaram o monstro não terão, nem de perto nem de longe, o mesmo destaque que tiveram os seus críticos quando solicitados a comentarem boatos, afirmações improvadas, hipóteses, mesmo as mais mirabolantes e até as mais reles aldrabices e toda uma parafernália de questão de mais pura lana-caprina. O mais certo é que tudo permaneça como até aqui e o público continue arredado dos estádios, palco de resultados que dificilmente se livram da aparência de mãozinhas exteriores às duas equipes que se batem nos relvados.
O tempo começa a dar razão aos benfiquistas que então votaram pela mudança.
E já que estamos em maré desportiva há que recordar a boa prestação dos atletas portugueses nos Jogos Paralímpicos de Sidney, com a conquista de mais de uma dúzia de medalhas, algumas de ouro e de prata.
Pois eu digo que longe das pressões mediáticas que só geram artificiais vontades de vencer, os nossos desportistas, fortes de tal decisão e em resultado de árduo e honesto trabalho, foram capazes de se superarem e inscreverem os seus nomes nos pódios da glória.
Ainda bem que o nosso jornalismozinho deixou que todo o processo lhe tenha passado ao jeito das coisas sem relevo.
E no entanto estamos perante excelentes exemplos de coragem humana.
Palpita-me que a Margarida gostou bastante de ter toda a casa à inteira disposição de um dia de brincadeiras.
No regresso do trabalho, encontrei o robe dela e uma almofada na caixa da minha secretária.
E a ETA continua a querer impor a sua vontade através do terror.
Com a morte de mais um juiz e respectivo motorista, a explosão ainda destruiu e incendiou um autocarro provocando dezenas de feridos, alguns em estado grave.
Na passada segunda-feira, em Madrid, onde os homicídios tiveram lugar, a população saiu à rua em protesto e para dizer não ao terrorismo que, bem mais complexo que uma acção puramente basca, não deixará de matar.
Vão lá à Líbia e ao Iraque a ver se não encontrarão etarras em treino.
O mal é que a internacional negra sempre procurará manter as sociedades abertas sob a tensão da violência.
É no caos que os fascismos se revigoram.
É tal e qual como Pacheco Pereira sublinha no seu artigo de opinião que hoje saiu no “Público” e que, afinal, eu já aqui defendi há uns dias.
Israel é uma sociedade democrática, coisa que a Palestina autónoma não é, como também não são a totalidade dos países árabes seus inimigos.
A ministra da saúde propõe-se legislar a proibição da venda de álcool a menores de dezoito anos.
No país em que a discoteca é a principal diversão dos adolescentes, ora aqui está uma medida que, mais que merecer o levantar do chapéu, surtirá um efeito pedagógico que rapidamente elevará a perspectiva de vida futura da nossa juventude.
Assim se conhece
a sabedoria do PS
Entretanto os médicos da direcção da urgência do hospital de Faro, dadas as condições de trabalho, demitiram-se em bloco.
Então e não é que a Matilde, após o jantar, pediu para telefonar à Natália –uma amiga da Luísa que lhe ofereceu uns chocolates numa ocasião em que jantou em nossa casa- para lhe pedir um pacote de smarties?
É claro que eu brincalhão, tratei de lhe fazer a vontade.
E em face do atendedor de chamadas, ela e a Margarida –então não havia este cromo de se juntar à paródia?- não se fizeram rogadas e deixaram o pedido como mensagem.
“-Oh pai, eu hoje voltei a dar um mortal, só que mais difícil.” –Disse a Margarida após a sessão de ginástica. “-A professora nem me tocou com um dedo. Fiz tudo sozinha.”
E o pai, entre o espanto e a aceleração cardíaca, mas cheio de orgulho e encantamento, lá encontrou motivo para sorrir, satisfeito.
O deputado do PP por Viana de Castelo, o Engenheiro Daniel Campelo, perante as contrapartidas para o seu distrito e o queijo limiano –no qual terá interesses pessoais?- viabilizará o próximo orçamento de estado.
Uf! Terá feito a nossa Assembleia da República que a última coisa que pretendia, neste momento, seriam as eleições antecipadas.
E a histeria em torno da expulsão parlamentar do partido e respectivo grupo, naquele hemiciclo, não passa de poeira para esconder a descompressão dos rostos contentes por continuarem no lugar em que, por enquanto, estão.
Esperemos pela novela que terá início na próxima segunda-feira.
Lembram-se dos Weather Report?
Pois então apertem os cintos que vamos deambular pelos voos que os olhos fazem quando se fecham.
__________
(1) Pacheco Pereira, José, p. 9
AS METRALHADORAS DE JEOVÁ E AS PEDRAS DE ALÁ
Alhos Vedros
00/11/02
Luís F. de A. Gomes
Citação Bibliográfica
Pacheco Pereira, José- AS METRALHADORAS DE JEOVÁ E AS PEDRAS DE ALÁ
In “Público”, nº. 3882, de 00/11/02
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