2007-02-01

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

PARABÉNS A VOCÊS
E pronto, lá fomos e regressamos da nossa visita à família materna.

Se para lá o carro rolou bem, hoje fizemos a viagem sob chuva intensa, nevoeiro na Serra de Aire e, não fosse o suficiente, ainda ficámos retidos por duas horas na estrada entre Porto Alto e Alcochete, por causa de um acidente que, a julgar pelo aparato de carros de bombeiros –incluiu um auto-tanque- ambulâncias e as brigadas de trânsito, deve ter sido grave.

Mas chegámos, atrasados e cansados e agora as miúdas dormem que amanhã a vida regressará ao normal.


Na ida visitámos o mosteiro da Batalha, com almoço na imediações, num daqueles restaurantes de casamentos e baptizados, mas onde comemos bem, e o lanche num café da Vila, como ponto revitalizador do passeio nos claustros e núcleos museugráficos daquele monumento que é património da humanidade e, para mim, dos mais bonitos exemplares do gótico nacional. Houve risos e brincadeiras nos labirintos do claustro mais antigo e, claro está, as fotografias da praxe.

Foi um daqueles dias em que o repouso psíquico e anímico compensa a fadiga da carne.



No sábado à tarde acompanhei a Luísa e a Fátima nas compras, enquanto a Margarida e Matilde permaneceram em casa dos meus sogros. De resto, a chuva farta e constante remeteu-nos para o lar, a conversa e os jornais.
E a Margarida lá foi jantar com a minha cunhada, a sua madrinha de baptismo.


Com a excepção do Pedro, o filho mais novo do tio Miguel que sofreu uma intervenção cirúrgica ao apêndice, mas que está a reagir da melhor maneira, os restantes familiares estão bem.


E todos ficamos satisfeitos por podermos cantar os parabéns à Matilde, depois do almoço imediatamente anterior ao nosso regresso.


Há vinte anos que a Luísa não festejava os anos na Invicta.

Pois houve quem reparasse na coincidência de a Matilde festejar o quarto aniversário, a mãe o quadragésimo e e o tio Carlos o quadragésimo quarto.



Na Roménia, o candidato da extrema-direita disputa a segunda volta das presidenciais.



Nós não temos esses problemas, nós somos uma democracia consolidada.


Não é disso que se trata a demissão pública e tonitruante do Ministro da Justiça, António Costa, cheia de imperativos éticos e solidariedades políticas e cívicas, face à carta aberta do Dr. Sá Fernandes –que por acaso também é secretário de estado dos assuntos fiscais- na qualidade de cidadão e ex-advogado das famílias das vítimas do caso Camarate, escreveu ao Primeiro Ministro, pedindo-lhe para que se empenhasse na resolução daquela incógnita? Ora em nome da separação dos poderes, o responsável pela pasta da justiça acusou o correligionário de falha grave ao pretender a intromissão do poder político no judicial, pelo que disse não poder continuar no Executivo.
O que é que ele queria, que o outro calasse a sua consciência? O homem afirma reunir provas de que se tratou de um crime e, sopor ser membro do Governo, faria de conta que nada se passava?
A verdade é que as dúvidas são mais que muitas e os indícios de acto terrorista são mais que reveladores. Estamos em presença de um caso de tribunal, é óbvio, mas, ao que parece, também de um processo de natureza política.

A quem interessa que o mistério permaneça enquanto tal?

Mas o circo só poderia acabar em bem e quando as luzes se apagaram, o primeiro convenceu o demissionário a continuar e aceitou a demissão que, naturalmente, o secretário de estado lhe apresentou.


Então, somos ou não somos uma democracia de valentes homos maniatábilis?



E pronto, o Porto lá vai ser uma capital europeia da cultura cheia de buracos nas ruas.
Também ninguém espera que o turismo engarrafe alguma via….



Estou cansado e vou-me deitar.
Amanhã começa mais uma semana de trabalho que para mim será surpreendentemente curta.

Alhos Vedros
00/12/04
Luís F. de A. Gomes