2007-05-04

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

O bombardeamento sobre Bagdad que visou destruir radares proibidos pelos acordos que se sucederam ao conflito em torno do Kuwait, em mil novecentos noventa e um, apesar de levado a cabo por pilotos ingleses, revela uma atitude da administração norte-americana face a Saddam Hussein e o seu regime. As armas tiveram a companhia de palavras e gestos diplomáticos, recebeu-se a incipiente oposição ao tirano e rumou-se a Israel, que a paz no Médio Oriente é inseparável das reviravoltas geo-políticas que aí possam surgir e tudo isto no enquadramento das Nações Unidas, cujo Secretário-Geral, o Dr. Kofi Annan, foi sibilino ao destacar que o povo iraquiano não sofre devido às sanções internacionais mas sim devido ao facto de o poder usar o dinheiro do programa petróleo por comida para se armar e proteger e, desse modo, se manter tal como está e sempre pronto a expandir-se militarmente. Relativamente aos anos finais de Bill Clinton, parece-me haver aqui uma mudança; por um lado uma atitude mais musculada para com o tirano e por outro lado a procura dos equilíbrios que possibilitem a sua queda, quer ao nível da política entre os vizinhos da região, quer no plano de alterar a imagem positiva que Saddam tem junto do povo árvore. Veremos se o propósito será o títere, himself, e a ordem de terror que criou à sua volta. Talvez o filho queira acabar a obra do pai e a verdade é que formou uma equipa com vários rostos que acompanharam o progenitor, alguns dos quais novamente envolvidos nos problemas daquela área do globo.

Atenção àquela zona da Terra. Dali sairão equilíbrio geo-político mundial das próximas décadas.


Deus queira que não seja após uma guerra nuclear.



O fim-de-semana é que foi dedicado ao sossego e ao repouso em família.
Pessoalmente nem li jornais. Distraí-me com o puzzle e diverti-me com as minhas filhas e se na tarde de Sábado fui nadar enquanto a mãe e as miúdas foram à festa de aniversário do Tomás, ontem, depois do duche, fomos todos andar de bicicleta no parque novo e na companhia do pequeno André que a Matilde tratou de convidar.

E com a excepção da Margarida, o resto do bando cortou o cabelo no Sábado de manhã.



No entanto acabei de ler o Torga, lamentavelmente, à semelhança do que achei em “Fogo Preso”, o Torga de que eu não gosto, com a agravante de, neste caso, se falar de um Torga das patetices e dos lugares comuns.



E o PS vai preparando o próximo congresso num ambiente em que ninguém sequer se lembra de esconder os olhos sequiosos e os dentes afiados.



Hoje o dia foi dedicado à aprendizagem de uma nova palavra, janela. Todos os exercícios e o trabalho para casa giraram à volta do novo vocábulo.



Dez pontos para o novo equipamento social que é a piscina.

Assim as escolas e a população civil saibam aproveitar-lhes as potencialidades e daqui a meia dúzia de anos outras serão imperativas, nas restantes freguesias e não me admiraria se, entre elas, o bom senso reclamasse por uma com as medidas olímpicas.

Coisas destas são melhorias na qualidade de vida das populações.

__________
(1) Torga, Miguel
PORTUGAL

Alhos Vedros
01/02/19


CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

Torga, Miguel- FOGO PRESO
Prefácio do Autor
Edição do Autor (2ª. Edição), Coimbra, 1989
- PORTUGAL
Edição do Autor (6ª. Edição), Coimbra, 1993

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Palavras premonitórias, meu querido amigo e no entanto também tu acabaste por ser complacente com a invasão do Iraque. Lembras as críticas que te apresentei ao "A Espada e o Buraco Negro"? Mantenho a mesma opinião. A guerra jamais poderá ser uma solução e muito menos para quem queira expandir a liberdade e o estado de direito. Como será possível construir os alicerces da justiça perante todo o arraial de porcaria que uma guerra transporta no seu ventre? Era esta a minha interrogaão, não era? A guerra só éuma solução quando nos temos que defender de um ataque e nada mais. Tal como tu dizes, sequer há guerras justas ou necessárias; apenas há guerras inevitáveis quando somos atacados.
Mas a verdade é que se desenhava o apalpar do pulso entre o consórcio totalitário -de quem Saddam e o terrorismo apocalíptico, entre outros, fazem parte- e a nova administração norte-americana. Infelizmente, nesta altura ainda seria possível avançar por outras vias que não apenas a da força das armas, depois do onze de Setembro, acabou o espaço para a voz da razão e passaram a falar aqueles que possuem os argumentos das armas.
Não gosto de pensar se o mundo estaria melhor se não tivesse sido feito isto ou aquilo. É um exercício sem sentido. Mas sei que o mundo neste momento caminha para a confrontação não entre civilizações, como dizem os espertinhos do costume, mas pura e simplesmente entre o totalitarismo e as sociedades abertas. Será inevitável o choque e a guerra que poderá ser a última? Não sei. Mas não tenho dúvidas que o pior poderá acontecer e isso deixa-me no desespero da impotência.
Um beijo desta tua amiga,

Zara

11:31  
Blogger o clube said...

Viva Zarita, acato as tuas palavras e concordo com os motivos que apontas para os teus receios, já falámos sobre isso.
É isso, o Iraque deixa-me agora perplexo e receio que esteja ali uma batata quente que ninguém sabe como tratar e de que pode explodir o pior.
Seja como for, acho que no Ocidente ainda não se percebeu a importância de ali se estar a jogar uma das batalhas mais importantes da guerra entre a aliança tácita entre o totalitarismo e o terrorismo apocalíptico que lhe serve de instrumento e o mundo livre. Provavelmente, se o Ocidente fizesse um bloco de aliança, talvez fosse mais fácil conter a dinâmica terrosita e desarticular as redes de suporte de que ele se serve a nível mundial. Será que teremos dirigentes políticos capazes de tamanha coragem e tão ampla visão? Receio que a resposta, pelo que se e pelo menos por ora, seja negativa.
Um beijo para ti também, cachopa

Luís

15:10  
Anonymous Anónimo said...

O problema é que se está a perder a guerra pela liberdade e a democracia no plano ideológico. Essa incompeensão de que falas é apenas um dos episódios desse drama mais vasto. Que fazer? Já parece o Lenine a escrever... Não sei, sinceramente não sei, mas pessoalmente, no pouco que me toca, raramente perco uma oportunidade de passar a ideia democrática e o gosto pela liberdade aosmais jovens; é o que faço com os meus filhos e os meus alunos.
Este é o combate decisivo da actualidade e dele decorrerá a expressão civilizacional do futuro mais próximo.
Um beijinho, Luís

Zara

17:29  
Blogger o clube said...

Palavras tristes, Zarita, mas infelizmente certeiras, minha querida amiga.
Um beijinho

Luís

23:06  

Enviar um comentário

<< Home