2007-05-06

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

Anda tudo doido neste país.

Há duas agentes da PSP que acusam um árbitro da primeira categoria de se exibir à sua frente –apareceu de tanga e posteriormente nu aos olhos das cívicas- e o secretário-geral da liga de clubes que organiza a competição profissional em que tal aconteceu, veio para a televisão dizer que as mulheres só viram porque olharam.


Palavras para quê?


Então não estamos num país em que se está a queimar um homem antes de se lhe prestar o serviço de um julgamento? Pois não é isso que se está a fazer ao Dr. João Vale e Azevedo? De outra forma como se pode justificar o espalhafato das primeiras páginas e da polícia à porta, revistando, inclusivamente, os carros que dali saíam. Se se trata de alguém tão perigoso ou tão propenso, dada a gravidade das acusações, a fugir, então porque não o prendem?
Que é isto? Justiça não é certamente, antes se trata de arruinar alguém.

E a verdade é que a pessoa tem que sair condenada. Caso contrário, em que pé ficarão uma juíza, a judiciária e até ministros?



Definitivamente a Margarida está passando pela fase da descoberta das palavras.

“-Oh mãe, faca escreve-se com cê de cão, não é verdade?”



E a Matilde que sempre teve uma pele sensível, anda com uma espécie de cieiro que lhe deixa uma espécie de mancha avermelhada em torno da boca.

O pomito, de outros tempos, fez-lhe bem, mas já descobrimos que há certas coisas que lhe agravam o problema, como, por exemplo, o sumo de laranja.



As chuvas é que parecem ter abalado. Nestes últimos dias, ainda que frios, o Sol tem feito cambiantes tão bonitos no céu. E as manhãs, em que a algazarra da passarada se voltou a fazer ouvir para nos dar alento para a jornada.

Junto da escola primária, cheios de penugem, os plátanos deixam que os cabelos se vejam entre os ramos, por ora, ainda escanzelados.



Mais um indício da entente que já está em formação.

Na Suécia, um espião foi apanhado e preso por passar informação sobre a rede eléctrica de emergência para casos de guerras e ainda os esquemas secretos de importantes centrais eléctricas do país. Escusado será dizer que os destinatários foram os serviços secretos dos militares russos.



E a aula de hoje foi inteiramente dedicada a exercícios em torno da nova palavra janela.

Alhos Vedros
01/02/20
Luís F. de A. Gomes