2007-08-19

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

É engraçada a apropriação que a Margarida faz das aprendizagens da leitura e da escrita.
Agora é vulgar usá-las nas brincadeiras, ora interpretando papéis profissionais em que se vê na obrigação de escrever as mais variadas mensagens, ora criando situações em que lhe é solicitada a necessidade de ler isto ou aquilo.

“-Pai. Pau escreve-se com u?

E o mesmo acontece com a aritmética que a leva a questionar-se, não raramente raiando a inconveniência, para se certificar se esta ou aquela conta que ela fez mentalmente tem o resultado certo.



Eu Louvo a Deus o encanto de filhas que tenho.


Tão diferentes que elas são, ainda que saídas da mesma cepa.

A mais velha toda cheia de preocupações e minudências, mui feminina e dada a jogos em que a inteligência se aplica em abstracções e a mais nova, toda ela a descontracção em pessoa, dada a desportos físicos e com elevada capacidade de aplicar a inteligência pata obter soluções em problemas práticos.


Só o amor que lhes tenho é exactamente o mesmo.



E os alunos lá continuaram os exercícios em torno da nova palavra.


Amanhã, por obra das provas de aferição, mais uma vez terão folga e na sexta-feira, por ser o dia da criança, terão jogos no parque, pela manhã, não tendo que regressar após o almoço.



Neste fim de tarde acudi a um pardalito, ainda nos primeiros passos, que nos apareceu como que perdido e exausto na nossa varanda.
Servindo-me de uma caixinha e algodões, fiz-lhe um ninho onde agora pernoita.
Tive o cuidado de lhe deixar água por perto mas não sei o que lhe possa deixar para comer, além de migalhas de pão.

Do fundo do coração, só espero que o calor da manhã lhe devolva as forças que lhe permitam o regresso a casa.



Esta noite, dormiremos com três pardalitos perto de nós.

Alhos Vedros
01/05/30
Luís F. de A. Gomes