2007-06-14

O DIÁRIO DA MARGARIDA - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

FÉRIAS DOCES FÉRIAS

A Margarida lá vai gozando as suas férias e não tenho dúvidas que o sabe fazer da melhor maneira.
Hoje pediu para que a mãe a levasse até ao seu local de trabalho e eu, ao regressar a casa, encontrei apenas a Matilde.

Mas é curioso como ela tem a responsabilidade de fazer os deveres e manter em dia o exercício da leitura das fichas do “Livro Dinâmico” e não deixa de ser engraçado de ver como no resto do tempo esquece a escola por completo.

Pois bem o merece.



As autoridades chinesas insistem em querer ouvir um pedido de desculpas dos norte-americanos, por causa do acidente que ocorreu entre um avião espião desta potência e um caça da aviação vermelha, em que, aparentemente, o piloto deste aparelho perdeu a vida, tendo a tripulação estrangeira sido recolhida e detida numa ponta da ilha de Hainão. Ainda que o choque, em pleno voo, tenha acontecido nos céus de águas internacionais, os chineses insistem em manter os americanos em cativeiro, não aceitando as justificações que o seu estado-maior se apressou a dar para o sucedido.
No congresso americano surgem as primeiras vozes exigindo sanções para a China Popular como forma de pressão para que os militares feitos prisioneiros possam ser devolvidos à terra natal.

Tenho para mim que a forma como a nova administração da Casa Branca irá resolver este problema será um bom indicador da política externa da super potência para os próximos anos.
Esperam-se as notícias dos próximos dias.



Mais uma vez fica claro que a justiça portuguesa mais nos faz parecer com as injustiças das sociedades autoritárias do que com os estados de direito a cujo conjunto deveríamos ter a honra de pertencer.
Mas enfim, não é este o reino do homo maniatábilis?
Como estranhar então que a maioria dos réus do processo FP 25 tenham sido pura e simplesmente absolvidos.

Não é que se pense que se possam fazer comparações com o que se passou com os envolvidos nos casos do ELP e do MDLP à época do processo revolucionário e da refrega do mesmo O argumento não colhe se atendermos ao facto de as Forças Populares terem sido fundadas em mil novecentos e oitenta, quando o regime democrático –chamemos-lhe assim- dava mostras de estar em plena consolidação. Mas acho que se devia ter encontrado uma solução política que, sem deixar de castigar os crimes, resolvesse o caso por via de uma amnistia que pacificasse uma sociedade que devia estar mais preocupada com o desenvolvimento harmonioso que a oportunidade de pertencermos à União Europeia deixou em perspectiva. Só que isso implicava uma coragem de que a mediocridade vigente jamais seria capaz e, em conformidade, lá assistimos mais uma vez ao bem lusitano faz de conta da cabeça enterrada na areia.

E agora só nos resta esquecer o assunto, com a certeza de todos permanecermos reféns das mais variadas e nefastas arbitrariedades.



Em contra partida aí está a co-incineração. O Ministro José Sócrates anunciou em conferência de imprensa que o processo da incineração dos resíduos industriais perigosos irá avançar nas cimenteiras do Outão e de Souzelas.
Contra toda a oposição e a opinião pública, o governante escuda-se em pareceres científicos e técnicos.
É assim, nós já estamos habituados a que os portugueses descubram a pólvora.

Coitados dos responsáveis em outros países onde se opta por soluções mais onerosas.



E não é tão belo que o género humano tenha produzido teorias a que só o desenvolvimento tecno-científico permite o acesso da verificação?
Ao que parece Einstein tinha razão ao prever a existência de uma anti-gravidade que teria possibilitado a expansão da matéria cósmica desde o big bang. Se esta algum dia se sobrepor à congénere positiva, então tudo entrará em recessão e o Cosmos colapsará num único ponto negro.
É o que por enquanto a ciência nos diz.



No Peru haverá segunda volta das presidenciais entre Alejandro Toledo e o aprista Alan Garcia.
O desfecho é uma incógnita.



O Inverno que passou, de tantas nuvens, foi parco em luares e por isso me deleito no mar de prata que o satélite provoca sobre os telhados.

Alhos Vedros
01/04/09
Luís F. de A. Gomes